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Colunistas O que são os transgênicos?

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O que popularmente é chamado de transgênico, no meio científico é conhecido como Organismo Geneticamente Modificado (OGM). (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Sobre os transgênicos, todos os dias tem notícia na mídia. Na maioria das vezes falando mal deles.

Mas você sabe o que são os transgênicos?

Eu explico.

O que popularmente é chamado de transgênico, no meio científico é conhecido como Organismo Geneticamente Modificado (OGM).

Na busca por desmistificar o tema cabe inicialmente esclarecer que “geneticamente modificado”, todo o alimento é. Ou alguém pensa que uma alface, uma melancia ou uma berinjela surgiram na Natureza no formato que hoje têm? Ou que uma galinha sobreviveria no ambiente natural sem os cuidados e a proteção do homem?

Tudo o que vemos sobre a nossa mesa provém de plantas e de animais que foram modificados para atender as nossas necessidades. Inclusive nós, humanos, pretensos seres supremos da criação, sem as mudanças genéticas havidas no processo evolutivo a que estivemos submetidos seríamos hoje … macacos.

O homem modifica as plantas e os animais desde o tempo das cavernas. Nosso melhor amigo, o cão doméstico, é um lobo modificado por alterações gênicas tão intensas que produziram, desde o minúsculo Chihuahua até o enorme São Bernardo. Já o porco provém do javali. E por processo semelhante foram obtidos todos os animais domésticos, todas as plantas cultivadas e inclusive muitos micro-organismos, como as leveduras usadas na fermentação da cerveja, do queijo e do pão.

O que mudou em tempos recentes foram os métodos de melhoramento genético empregados, baseados na moderna biotecnologia, alterando os organismos por intervenção direta no seu DNA, transferindo genes entre espécies não aparentadas e de animais para plantas (transgenia).

O DNA da soja possui mais de um trilhão de pares de nucleotídeos. Desse total, um único gene foi substituído por outro que confere tolerância a um herbicida total, originando a soja transgênica, permitindo com uma única aplicação de herbicida eliminar todas as ervas daninhas na lavoura sem afetar a soja. No milho foi incluído um fragmento do DNA da bactéria Bacillus thuringiensis (Bt), nociva às lagartas, conferindo à planta resistência a esses insetos, dispensando o uso de inseticidas.

Em termos genéticos a diferença entre uma planta transgênica e a espécime original é mínima, limitada a um ou poucos genes dentre os milhões que lhe compõem o DNA. Mas as vantagens proporcionadas são significativas, reduzindo o uso de defensivos químicos no controle de pragas e invasoras, diminuindo o trânsito de máquinas na lavoura (reduz o consumo de combustível e a emissão de gases de efeito estufa), protegendo o solo contra a erosão e restringindo a contaminação de operadores e animais por resíduos de pesticidas.

Por proporcionarem tais benefícios as cultivares transgênicas tiveram ampla aceitação, constituindo-se na tecnologia mais empregada na agricultura mundial, aprovadas para cultivo e consumo em 67 países.

No Brasil as sementes transgênicas são usadas há mais de duas décadas, sendo semeadas na última safra em mais de 50 milhões de hectares, especialmente nos cultivos de soja (92% da área cultivada), de milho (87% da área) e de algodão (75% da área). Aliado a outras tecnologias elevaram exponencialmente a produtividade dos cultivos, firmando o agronegócio como um dos setores mais dinâmicos da economia nacional, consolidando o país como um destacado protagonista na produção mundial de alimentos.

Mas com essas vantagens, o que justifica tantas críticas ao uso de sementes transgênicas?

O principal motivo é geopolítico. Tendo os primeiros cultivos transgênicos sido desenvolvidos por empresas norte-americanas, sentindo dificuldade para competir em condições de igualdade os países europeus defenderam-se alegando riscos hipotéticos ao consumo de transgênicos, sem um embasamento científico que justificasse tal alegação, assustando os consumidores.

No Brasil essas restrições se repetem, na maioria das vezes apoiadas pelo viés ideológico esquerdista/ambientalista que se opõe a tudo o que vem das grandes empresas multinacionais. Condenam consumir os transgênicos, mas correm para a farmácia em busca de medicamentos produzidos pelas mesmas empresas, muitas vezes de alta toxicidade (basta ler a bula).

Eduardo Allgayer Osorio – Engº Agrônomo, Professor Titular da UFPEL, aposentado

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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https://www.osul.com.br/o-que-sao-os-transgenicos/ O que são os transgênicos? 2018-12-11
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