Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2025
O que é dormir bem? O cardiologista Jorge Tartaglione compartilha detalhes sobre as estatísticas do sono na Argentina e explicou o que a ciência diz sobre dormir bem. Ele também oferece cinco dicas essenciais para conseguir um sono reparador.
Segundo ele, as vendas de medicamentos para dormir se tornaram populares. Ao mesmo tempo, ele enfatiza que os comprimidos para dormir são muito mal prescritos porque são frequentemente recomendados entre conhecidos:
“Cria-se uma situação de tolerância e você tem que consumir cada vez mais, essa é a realidade”, alerta.
Questionado sobre o significado de dormir bem, o especialista responde com o que a ciência diz sobre o sono reparador.
“Dormir bem significa acordar descansado, calmo, sem sonolência, em boas condições físicas, sem dores musculares e capaz de suportar o esforço”, afirma.
Nesse contexto, ele apresentou cinco dicas essenciais para uma boa noite de sono:
– Tenha rotinas regulares de sono: vá para a cama e acorde no mesmo horário.
– Use menos telas, especialmente antes de dormir.
– Faça exercícios durante o dia.
– Tenha um quarto escuro, fresco, arrumado e silencioso.
– Faça terapia cognitivo-comportamental.
Privação de sono
Quando uma pessoa fica sem dormir uma noite, não apenas acorda cansada, mas a forma como o cérebro funciona muda. Um novo estudo publicado na Nature Neuroscience revelou que após a privação de sono esse órgão entra por momentos em um modo de “manutenção interna” mesmo estando acordado. Durante esses pequenos lapsos de distração, o cérebro libera uma onda de líquido cefalorraquidiano (LCR). Esse fluido ajuda a eliminar resíduos e a manter limpo o sistema nervoso.
Essa pesquisa foi realizada por uma equipe da Universidade de Boston e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. Os pesquisadores descobriram que os pulsos de limpeza comuns durante o sono profundo também aparecem quando uma pessoa está acordada, porém exausta. O cérebro tenta realizar à força parte de seu trabalho noturno enquanto a pessoa segue ativa. O principal problema desse “modo limpeza” é que o desempenho mental começa a despencar.
Os cientistas observaram que, quando isso ocorre, as pessoas demoram mais para reagir ou, inclusive, deixam de responder a estímulos simples. Além disso, a mente parece se desconectar por alguns segundos, como se esse órgão decidisse priorizar sua manutenção acima da atenção.
Neste estudo, os pesquisadores analisaram 26 pessoas jovens em duas situações: uma após dormir bem e outra depois de passar a noite inteira acordadas. No dia seguinte, cada voluntário foi submetido a uma série de testes de atenção dentro de uma máquina de ressonância magnética enquanto usavam um gorro de EEG e sensores para medir a pupila, o pulso e a respiração.
Essas análises permitiram observar, segundo a segundo, como reagiam o cérebro, os olhos e o corpo. As falhas de atenção coincidiam com uma onda de LCR que saía do cérebro e retornava alguns segundos depois. Algo que chamou a atenção é que esses sintomas não aparecem nas pessoas que estavam descansadas.
Este estudo demonstrou que a falta de sono desestabiliza o sistema de alerta desse órgão, que tenta compensar entrando, por breves momentos, em um estado fisiológico muito semelhante ao do sono.
O resultado da falta de descanso é uma diminuição notável do desempenho. Os cientistas explicaram que o cérebro não pode adiar seus processos de recuperação, motivo pelo qual recomendam dormir as horas necessárias. As informações são dos jornais La Nación e El Tiempo.