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Brasil O que vai ser da Operação Lava-Jato agora com a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge

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Raquel Dodge afirmou que o povo não tolera mais corrupção. (Foto: Antonio Augusto/Secom/MPF)

Sucessora e rival de Janot e indicada por Temer, Raquel Dodge já sinalizou que será dura com vazamentos e mais cautelosa com delações. Ela terá pela frente num primeiro momento a condução da segunda denúncia contra o presidente. Desde segunda-feira (18), a PGR (Procuradoria-Geral da República) do Brasil é, pela primeira vez, chefiada por uma mulher. Essa marca histórica deve, no entanto, logo ficar em segundo plano diante da tarefa hercúlea que Raquel Dodge terá pela frente: a herança de dezenas de denúncias criminais e inquéritos contra a classe política e a substituição de Rodrigo Janot, o mais barulhento chefe da PGR desde a redemocratização.

Dodge também assume sob a pressão de reparar os danos causados à imagem do órgão na esteira da delação da J&F. O fato de ter sido escolhida pelo presidente Michel Temer levantou dúvidas sobre como vai ser sua postura em relação aos rumos da operação Lava-Jato. Imediatamente, ela terá pela frente a condução da segunda denúncia criminal contra Temer, apresentada por Janot em seus últimos dias de mandato.

Mudança de estilo

A chegada de Dodge ao comando da PGR também marca o fim da hegemonia dos “tuiuiús”, o apelido dado aos procuradores que se opunham à atuação do procurador-geral Geraldo Brindeiro (1995-2003), conhecido como o infame “engavetador-geral da República” devido a seu hábito de arquivar denúncias durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. Entre 2003 e a chegada de Dodge, a PGR sempre foi comandada por um “tuiuiú”.

Dodge, de 56 anos, apesar de ser uma veterana do MPF (Ministério Público Federal) – ela entrou em 1987 -, é parte de um grupo rival de Janot no órgão e já teve pelo menos uma briga interna com o antecessor. A escolha dela também quebrou uma tradição que prevalecia desde 2003: a do presidente escolher o primeiro nome da lista tríplice elaborada por votação entre os membros da ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República).

Antes mesmo da posse da procuradora-geral, já ocorreram movimentações na organização da PGR, em especial na composição da equipe responsável pela Lava-Jato. Com a chegada de Dodge, apenas dois dos dez procuradores responsáveis pelos casos contra políticos com foro privilegiado devem permanecer. Dodge também já explicitou outra diferença em relação ao estilo Janot: deve ser mais dura no combate a vazamentos.

Dodge afirmou ainda que quer mecanismos mais rígidos de verificação das delações premiadas, como um grupo de procuradores que será exclusivamente responsável por fiscalizar provas do que foi dito e o cumprimento dos acordos. A nova procuradora-geral tocou no assunto antes mesmo da revelação das suspeitas sobre a colaboração da J&F.

Durante a fase de debates para a elaboração da lista tríplice, Dodge manifestou apoio à Lava-Jato, mas também fez uma ressalva. “A Lava-Jato tem demonstrado que ninguém está acima da lei, e o povo brasileiro já entendeu esse enredo. Mas é preciso um esforço para que ninguém esteja abaixo da lei”, disse, insinuando que haviam sido cometidos abusos na gestão Janot, mas sem especificar quais teriam sido.

 

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https://www.osul.com.br/o-que-vai-ser-da-operacao-lava-jato-agora-com-a-nova-procuradora-geral-da-republica-raquel-dodge/ O que vai ser da Operação Lava-Jato agora com a nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge 2017-09-18
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