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Brasil O senador Aécio Neves teria recebido 50 milhões de reais de duas empreiteiras

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Aécio Neves negou que ele tenha recebido propina da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

A PGR (Procuradoria-Geral da República) e a PF (Polícia Federal) encontraram novos indícios que, de acordo com os investigadores, reforçam a suspeita de que o senador Aécio Neves recebeu propina para atuar em nome de empreiteiras na construção da Usina de Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia.

Tema de inquérito em curso no STF (Supremo Tribunal Federal), a acusação contra o tucano foi relatada por ex-executivos da Odebrecht em acordos de colaboração premiada. E teve impacto direto na delação de outra empreiteira, a Andrade Gutierrez, que foi obrigada a esclarecer sua participação no episódio. De acordo com os executivos da Odebrecht, Aécio recebeu 50 milhões de reais, repassados pela Odebrecht (30 milhões de reais) e pela Andrade Gutierrez (20 milhões de reais).

A Odebrecht sustenta a acusação com comprovantes bancários, entregues nos últimos meses, que, segundo a empresa, comprovam depósitos para o senador tucano, por meio de uma conta de offshore em Cingapura, que havia sido citada por um de seus ex-executivos, Henrique Valladares, em depoimento à PGR. A identificação do titular da conta ainda não foi revelada, mas Valladares diz que está vinculada ao empresário Alexandre Accioly, padrinho de um dos filhos de Aécio e integrante do grupo mais restrito de amigos do tucano. Aécio nega as acusações. Accioly rejeita com veemência a afirmação do delator, o único que sustentava, até aqui, seu envolvimento.

Nos últimos meses, no entanto, ex-integrantes da Andrade Gutierrez levaram à Lava-Jato informações que miram novamente em Accioly: em depoimento à PF, o ex-executivo e delator da empreiteira, Flávio Barra, confirmou o repasse de 20 milhões de reais a Aécio por meio de um contrato com a Aalu Participações e Investimentos, empresa controladora da rede de academias Bodytech que pertence ao empresário carioca, a uma sobrinha dele e a um ex-banqueiro. Segundo o relato de Barra, a empresa, que leva as iniciais dos dois sócios, firmou um contrato de 35 milhões de reais com a Andrade para mascarar propina paga pela empreiteira ao tucano, em 2010.

O valor seria uma contrapartida pela defesa, por parte de Aécio, então governador de Minas, da participação da Andrade no consórcio de construção da Usina. O delator não soube dizer por que a empresa transferiu 15 milhões de reais além do valor previamente acertado.

A Lava-Jato também obteve novas evidências envolvendo o pagamento de 30 milhões de reais da Odebrecht ao tucano, relacionados ao mesmo contrato da Usina de Santo Antônio. Em depoimento à PGR, o delator Henrique Valladares disse ter sido orientado por um emissário de Aécio, Dimas Toledo, a depositar parte dos valores em uma conta bancária de Cingapura. Valladares sustenta que o número da conta veio anotado em um bilhete, ao lado do nome de Accioly.

Outras contas também receberam parte dos pagamentos. Com base em registros dos sistemas Drousys e MyWebDay, usados para as operações de pagamento de propina na Odebrecht, interlocutores da empreiteira informaram a procuradores e integrantes da PF que a conta de Cingapura é da offshore Embersy Services Limited, sediada nas Ilhas Marshall, país com pouco mais de 60 mil habitantes, localizado no Oceano Pacífico.

A assessoria de imprensa do senador Aécio Neves (PSDB-MG) negou que ele tenha recebido propina da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. Segundo a defesa do senador, todos os recursos recebidos pelo tucano “estão devidamente declarados perante os órgãos competentes, tratando-se de doações oficiais de campanha”. Afirmou também que ele desconhece a existência de contas no exterior e “aguarda a devida e célere apuração sobre os fatos, inclusive sobre as graves divergências existentes nos depoimentos prestados pelos delatores”. A assessoria do tucano não mencionou a que divergências se referia.

Em nota, o empresário Alexandre Accioly disse não ter qualquer vínculo com a offshore Embersy ou conta em Cingapura. “Reafirmo que nunca recebi depósito em favor de terceiros, em conta no Brasil, em Cingapura ou outra localidade”, escreveu.

Para ele, a informação de que a Odebrecht indicou o nome da offshore, com conta citada na delação de seus ex-executivos, tornada pública no início deste ano, é motivo de “alívio”. Para Accioly, “ficará cabalmente comprovado” que ele não é nem nunca foi “titular ou beneficiário de conta ou estrutura financeira em Cingapura”. O empresário disse que a Andrade Gutierrez é sócia da empresa controladora da Bodytech desde 2010, “mediante aporte de 35 milhões de reais” e a constituição de uma Sociedade em Conta de Participação.

 

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https://www.osul.com.br/o-senador-aecio-neves-teria-recebido-50-milhoes-de-reais-de-duas-empreiteiras/ O senador Aécio Neves teria recebido 50 milhões de reais de duas empreiteiras 2017-12-24
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