Terça-feira, 12 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 25 de janeiro de 2020
O novo coronavírus que surgiu na China ameaça causar sérias consequências econômicas se desatar pânico, alertou nesta sexta (24) o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC).
“Casos anteriores mostraram que o fechamento de aeroportos, cancelamento de voos e fechamento de fronteiras geralmente tem um impacto econômico mais importante do que a própria epidemia”, comentou a presidente do WTTC, Gloria Guevara.
Embora ciente da necessidade de “ativação rápida de planos de emergência eficazes”, ela destaca a importância da “comunicação rápida, precisa e transparente para conter o pânico e mitigar as consequências econômicas negativas”.
“Conter a propagação de um pânico inútil é tão importante quanto conter o próprio vírus”, estimou, comentando as medidas da China para combater a disseminação do coronavírus que apareceu em dezembro num mercado de Wuhan, na região central do país.
Quase 41 milhões de pessoas foram confinadas em 13 cidades chinesas e atrações turísticas como a Cidade Proibida e a Grande Muralha da China foram fechadas. A Disney de Xangai, maior cidade do país, também anunciou seu fechamento por tempo indeterminado.
O vírus deixou 41 mortos e mais de 1100 contaminados, dos quais 177 estão em estado grave, de acordo com o último balanço oficial.
Segundo o WTTC, o impacto econômico global do vírus H1N1 foi de cerca de US$ 55 bilhões.
China, Hong Kong, Cingapura e Canadá também sofreram as consequências econômicas da epidemia de Sars em 2003, com prejuízos para o setor mundial de viagens e turismo que variaram de US$ 30 a 50 bilhões.
Quarentena e cordões sanitários
Foi em resposta a grandes epidemias como peste, cólera e febre amarela que as quarentenas foram inventadas na Idade Média. Agora, a China aplica a medida diante do avanço do novo coronavírus.
As restrições de movimento na região de Wuhan, metrópole de 11 milhões de habitantes do centro da China, afetam o cotidiano de mais de 40 milhões de chineses.
“Fora a época da Sars (síndrome respiratória aguda grave), em 2003, não há nada que possa se aproximar do tamanho dessa operação, com exceção talvez da quarentena de Bombaim, atingida pela peste em 1898”, explica Patrick Zylberman, especialista em história da saúde na Escola de Estudos Avançados em Saúde Pública (EHESP).
Mais recentemente, durante a epidemia de ebola na África Ocidental (2013-2016), medidas de fechamento de fronteiras, contenção e quarentena foram impostas em várias ocasiões.
Assim, os seis milhões de serra-leoneses foram forçados a ficar em casa por três dias em setembro de 2014 e novamente em março de 2015. Esse “confinamento geral” teve como objetivo deter a epidemia.
A quarentena é um isolamento temporário imposto a pessoas, navios ou animais provenientes de um país infectado por uma doença contagiosa, de acordo com a definição do dicionário Larousse.
Já o cordão sanitário corresponde a postos de vigilância para controlar e bloquear a entrada ou saída de uma área afetada por uma epidemia.
No caso da epidemia chinesa, um enorme cordão sanitário foi instalado na região de Wuhan.