Sexta-feira, 06 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de junho de 2025
Os satélites de internet da Starlink, da SpaceX, empresa de Elon Musk, estão sendo afetados por um inimigo inusitado: o Sol. Segundo a New Scientist, as erupções solares estão danificando os equipamentos que circulam pela órbita terrestre.
Isso ocorre porque o Sol passa por um ciclo de atividade que atingiu o seu auge, chamado de máximo solar, no fim do ano passado. Além do aumento de tempestades geomagnéticas que aquecem a atmosfera do planeta, há hoje um número maior de satélites na órbita terrestre, o que faz com que a temperatura da atmosfera terrestre aumente, afetando a resistência dos satélites.
Especialistas investigam os danos que o fenômeno pode causar à SpaceX. “Descobrimos que, quando temos tempestades geomagnéticas, os satélites reentram (saem de órbita) mais rápido do que o esperado”, diz Denny Oliveira, do Goddard Space Flight Center da Nasa (a agência espacial norte-americana).
Segundo os pesquisadores, é esperado que, durante um máximo solar, um satélite possa perder até 10 dias de sua vida útil. Esse efeito solar só está sendo notado agora porque, recentemente, houve um grande aumento de lançamentos de satélites, especialmente os de Musk. Existem mais de 7 mil satélites, apenas da Starlink, na órbita terrestre fornecendo internet a partir do espaço.
A empresa adiciona com frequência novos satélites na constelação, realizando lançamentos, praticamente, toda semana. Em breve, a Starlink planeja ter 30 mil satélites em órbita.
“É a primeira vez na história que temos tantos satélites reentrando ao mesmo tempo”, diz Oliveira, observando que, entre 2020 e 2024, 523 satélites da Starlink foram rastreados reentrando na atmosfera. “Em alguns anos, teremos satélites reentrando todos os dias.”
Para o pesquisador Sean Elvidge, da Universidade de Birmingham, também citado pela revista New Scientist, esse movimento pode ter um lado positivo: a remoção mais rápida de satélites desativados, o que reduziria o lixo espacial. Mas a reentrada acelerada também levanta preocupações.
Oliveira alerta para a chance de objetos não se desintegrarem completamente, podendo atingir o solo. Em agosto de 2024, um fragmento de um satélite Starlink de 2,5 kg foi encontrado no Canadá, um caso raro, mas que, segundo Samantha Lawler, da Universidade de Regina, pode indicar que outros detritos passaram despercebidos.
A SpaceX não comentou o estudo dos pesquisadores da Nasa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da CNN.