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Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2018
Por unanimidade, os ministros da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) deram provimento a agravos regimentais em nove RCLs (Reclamações) em que a União questiona a concessão de benefícios a magistrados com base na isonomia constitucional com o Ministério Público. Com fundamento na SV (Súmula Vinculante) 37, os ministros cassaram as decisões da Justiça Federal e determinaram a interrupção do pagamento dos benefícios.
As informações foram divulgadas no site do Supremo. A decisão foi tomada na sessão da última terça-feira (14). A Súmula 37 diz que “não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob o fundamento de isonomia”.
Os benefícios são os seguintes: concessão de licença-prêmio (RCLs 27860, 27939, 28098, 28695, 28698, 28766,28832), concessão de ajuda de custo em razão de nomeação e de posse no cargo de juiz do Trabalho substituto (RCL 26468), pagamento de diárias (RCLs 28574 e 28767) e conversão do terço de férias em abono pecuniário (RCL 29006). Nove processos são de relatoria do ministro Dias Toffoli, e dois do ministro Ricardo Lewandowski.
Também de acordo com a decisão do colegiado, os processos devem ser sobrestados (suspensos) nas instâncias de origem, nos termos do artigo 1.036 do Código de Processo de Processo Civil, até que o Plenário do STF julgue a questão da isonomia entre as carreiras da magistratura e do Ministério Público.
O tema é objeto de dois recursos extraordinários com repercussão geral reconhecida – RE 1059466 (concessão de licença-prêmio ou indenização por sua não fruição) e RE 968646 (equiparação do valor das diárias) – e de Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 4822) na qual a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) questiona a Resolução 133/2011 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Resolução 311/2011 do TJ-PE (Tribunal de Justiça de Pernambuco), que tratam do recebimento de auxílio-alimentação por magistrados.
As ações objeto das RCLs devem ficar sobrestadas até que haja decisão na ADI ou nos REs, o que vier primeiro. Após o Supremo fixar tese sobre a tema, os juízos de origem deverão julgar novamente a causa, aplicando como parâmetro o entendimento da Corte.