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Por Redação O Sul | 4 de fevereiro de 2018
Infeliz com aquela barriguinha que não vai embora? Talvez a culpa seja de seus pais. A conclusão é de um estudo que durou 13 anos e acompanhou famílias de uma cidade no interior de Minas Gerais. De acordo com o resultado, a circunferência abdominal é influenciada em 40% pelo fator genético.
Iniciado em dezembro de 2005, o projeto sorteou aleatoriamente famílias que moravam na cidade de Baependi. Camila Maciel, a pesquisadora, especialista em endocrinologia pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP e professora de Medicina Integrada da Universidade Federal do Paraná, explica que o enfoque da pesquisa está nos fatores de risco que levam a doenças cardiovasculares. Nela, encaixam-se sintomas como hipertensão, circunferência abdominal e os níveis de glicose e de HDL.
Segundo Camila, os resultados mostraram que esses fatores têm relação com a hereditariedade. Enquanto a circunferência abdominal é influenciada em 40% pelo fator genético, a hipertensão e o nível de glicose são em 20%, por exemplo.
Entretanto, apesar de a influência genética ser alta, a médica afirma que eles podem ser revertidos. “Se a pessoa manter um hábito de vida saudável, com dieta equilibrada e a prática de atividades físicas, ela consegue mudar o desfecho e o final dessa história, quando olhamos para o aparecimento de doenças cardiovasculares e até a morte prematura”, disse ao Jornal da USP.
“Estamos no caminho certo, desde que exista o investimento na prevenção, mesmo que com crianças”, alerta ela. O estudo também busca a prevenção dos fatores de risco nessa faixa etária. Aulas e ensinamentos por meio de literatura de cordel, por exemplo, são oferecidos para a comunidade local. “Segundo os pais, elas chegam em casa falando sobre colesterol.”
Cerveja
Hoje à noite, tomar uma gelada no happy hour terá um motivo especial: o cuidado com a saúde. Duas pesquisas recentes, realizadas na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, e na Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, mostram que o consumo moderado de cerveja eleva o nível de colesterol bom (HDL) no sangue, o que é benéfico ao coração.
Moderação, nesse caso, significa nada mais do que duas latas (350ml cada) por dia para homens e uma para mulheres. A princípio, o álcool é o responsável pelo benefício do aumento do HDL, que também pode ser obtido com outras bebidas alcoólicas, desde que respeitada a quantidade máxima diária de 30 gramas de etanol.
De acordo com o cardiologista Stephan Lachtermacher, do Instituto Nacional de Cardiologia, o abuso de álcool ainda causa uma disfunção no coração chamada miocardiopatia alcoólica. “O importante é o consumo ser moderado e constante. Não adianta beber 12 latas de cerveja no fim de semana para compensar o que não foi bebido nos outros dias.”
Segundo Andrea Zaccaro, o lúpulo e a cevada contidos na cerveja são antioxidantes e, por isso, também ajudam a reduzir os níveis de colesterol ruim no sangue.