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Por Redação O Sul | 24 de maio de 2017
O tradicional programa de TV americano “60 minutes”, da rede CBS, teve um bloco inteiro dedicado à “Operation Car Wash”, a Lava-Jato brasileira, no último domingo. A operação foi definida pelo repórter Anderson Cooper, também da CNN, como a maior operação contra a corrupção da história brasileira, que colocou em crise toda a política.
Cooper teve raro acesso ao cotidiano dos procuradores e do juiz Sérgio Moro. E ouviu do coordenador da Lava-Jato, o procurador Deltan Dallagnol, que a operação é “muito, muito maior” do que o escândalo do Watergate.
Numa rara entrevista, Moro chegou a se comparar com Eliott Ness, do filme “Os Intocáveis”.
Watergate foi o escândalo político ocorrido em 1972 nos Estados Unidos que, ao vir à tona, acabou por culminar com a renúncia do presidente americano Richard Nixon, eleito pelo Partido Republicano. Eliott Ness foi um agente do Tesouro Americano famoso por fazer cumprir a Lei Seca na Chicago dos anos 1920 e 1930. Acabou liderando a força-tarefa que prendeu o gângster Al Capone, em 1931.
Indagado por Cooper sobre o que sentiu com as informações recebidas de Paulo Roberto Costa, o primeiro diretor da Petrobras a ser preso e delatar, Moro disse, com um sorriso no rosto, que “era um caminho sem volta”.
“Caminho sem volta”?, pergunta Cooper.
“Sim, como naquele filme, ‘Os Intocáveis’”, responde Moro.
Aí o “60 minutes” mostra uma cena em que os personagens de Sean Connery e Kevin Costner, Eliott Ness, falam sobre “um caminho sem volta” na perseguição a Al Capone no filme “Os Intocáveis”, do diretor Brian de Palma, de 1987.
“É um grande filme”, continua Moro, descrito na matéria como um “folk hero” (herói popular).
Ao comparar a Lava-Jato com Watergate, Dallagnol fala que a Lava-Jato já processou mais de 200 pessoas por centenas de crimes, cuja propina circulante chega a “cerca de US$ 2 bilhões”. (AG)