Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de setembro de 2018
Com o sistema eleitoral eletrônico posto em dúvida pelo candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL), o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou nessa sexta-feira um vídeo que explica o funcionamento e a segurança das urnas de votação no País. A Corte voltou a ressaltar, nas redes sociais, que nunca houve constatação de fraude desde que o sistema foi adotado, há 22 anos, e que a operação tem fiscalização e auditoria abertas a autoridades, partidos e eleitores.
A operação é composta por 15 milhões de linhas de programação em 120 sistemas auditados e lacrados em cerimônia pública. “Se uma vírgula for alterada, a urna não funciona”, garante o TSE. Partidos políticos, Ministério Público e sociedade civil podem verificar os programas feitos pela Justiça Eleitoral para o pleito.
Antes de cada eleição, as barreiras digitais a fraudes são colocadas à prova, em teste público. Auditorias também podem ser realizadas no dia da votação. A “zerésima” (documento que comprova não haver votos registrados na urna) é impresso antes de ela ser usada no pleito.
Depois da votação, os equipamentos imprimem um boletim que mostra os votos registrados naquela seção eleitoral. Qualquer pessoa pode ter acesso a eles e comparar com os resultados divulgados.
No começo desta semana, a presidente do TSE ministra Rosa Weber, classificou de “desconectada da realidade” a crítica de Bolsonaro às urnas eletrônicas – segundo ele, o aparelho é passível de fraude, mas a ministra garantiu que o voto é “absolutamente confiável”.
“Já temos mais de duas décadas de utilização do sistema e não há nenhum caso de fraude comprovado. As pessoas são livres para expressar a própria opinião”, ressaltou a magistrada. “Mas, quando essa opinião é desconectada da realidade, nós temos que buscar dados concretos. Para mim, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, as urnas são absolutamente confiáveis.”
Rosa Weber ressaltou que o mecanismo é passível de auditoria. Mas, no período em que é aberta a fiscalização do sistema, os partidos não costumam comparecer ao TSE. Ela também lembrou que, na última eleição presidencial, o PSDB pediu a auditoria da votação. Ao fim, ficou constatada a integridade do pleito.
Ironia
Questionado se é preocupante alguém que tem um quarto da preferência do eleitorado colocar em dúvida o sistema de votação, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, ex-presidente do TSE, apontou que esse mesmo sistema eletrônico elegeu Bolsonaro.
“Ele sempre foi eleito pela urna eletrônica”, ironizou Toffoli em entrevistas a repórteres especializados na cobertura da Corte. O ministro também destacou que, neste ano, a eleição contará com observadores internacionais da OEA (Organização dos Estados Americanos) a fim de “acabar com determinadas lendas”.
” As urnas são totalmente confiáveis. São auditáveis para os partidos, Ministério Público e OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], encerrou Toffoli, que comparou as teses de fraude ao folclore nacional: “Tem gente que acredita em Saci-Pererê”.