Terça-feira, 28 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de outubro de 2019
O Twitter proibirá publicidade política em sua plataforma no próximo mês, disse o executivo-chefe da empresa na quarta-feira (30), num momento em que as plataformas de mídia social enfrentam pressão para impedir tentativas de guiar eleições com informações falsas. As informações são da agência de notícias Reuters.
“Tomamos a decisão de interromper toda publicidade política no Twitter globalmente”, afirmou o CEO do Twitter, Jack Dorsey, em comunicado. “Acreditamos que o alcance da mensagem política deve ser conquistado, não comprado.”
Os analistas não esperam que a medida reduza significativamente os negócios do Twitter, mas suas ações caíram 1,8% nas negociações após o expediente.
As empresas de mídia social, incluindo o rival do Twitter Facebook, enfrentam crescente pressão para parar de veicular anúncios que espalham informações imprecisas.O Facebook prometeu esforços para lidar com a desinformação depois que propaganda russa na plataforma afetou o resultado da eleição presidencial dos EUA em 2016, vencida por Donald Trump.
Mas o Facebook tomou a decisão de não checar os anúncios de políticos, provocando a ira de candidatos democratas nas eleições presidenciais de 2020, como o ex-vice-presidente Joe Biden e a senadora Elizabeth Warren.
“Agradecemos que o Twitter reconheça que eles não devem permitir que difamações não comprovadas, como as da campanha de Trump, apareçam em anúncios em sua plataforma”, disse Bill Russo, vice-diretor de comunicações da campanha de Biden, em comunicado por e-mail.
A proibição do Twitter entra em vigor em 22 de novembro. Dorsey escreveu no Twitter que pagar por anúncios força “mensagens políticas direcionadas às pessoas” com um poder que “traz riscos significativos para a política, podendo ser usado para influenciar os votos e afetar a vida de milhões de pessoas”.
Brad Parscale, que cuida da campanha de reeleição de Trump, descreveu a ação do Twitter como uma “tentativa de silenciar os conservadores” e “uma decisão muito idiota” para os acionistas da empresa.
Comissão Europeia
Facebook, Google e Twitter têm de fazer mais para combater notícias falsas ou correm o risco de enfrentarem uma ação de autoridades regulatórias, afirmou a Comissão Europeia na terça-feira (29).
A ameaça do órgão executivo da UE veio um ano depois que as gigantes da tecnologia dos Estados Unidos, juntamente com Mozilla, Microsoft e sete órgãos comerciais europeus assinaram um código de conduta voluntário para combate a notícias falsas.
A Comissão está agora elaborando um regulamento conhecido como Lei dos Serviços Digitais. Esta lei estabelecerá regras de responsabilidade e segurança para as plataformas, serviços e produtos digitais, uma medida que já despertou receios de uma intervenção violenta na indústria da tecnologia.
O último relatório mensal das empresas revelou uma grande divergência entre elas e forneceu poucos detalhes sobre o impacto das medidas tomadas pelas empresas, afirmaram três comissárias da UE em declaração conjunta.
“A propaganda e a desinformação automatizadas em grande escala persistem e há mais trabalho a fazer em todas as áreas do código de conduta. Não podemos aceitar que isso se trata de um novo normal”, afirmaram.