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| O uso de magnetismo contra o câncer avançou e já é aplicado em clínicas

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Imagens de células cancerígenas obtidas por hibridização fluorescente. (Foto: Reprodução)

Uma linha de pesquisa na luta contra o câncer avança em vários países, incluindo o Brasil. Trata-se da hipertermia magnética, que usa nanopartículas para matar células cancerosas por meio de calor controlado, reduzindo ao máximo efeitos colaterais para o paciente.

A luta contra o câncer não se dá apenas em hospitais e no campo da medicina. Inúmeros cientistas ao redor do mundo, de áreas diversas, também procuram desenvolver novos tratamentos. São pesquisas sobre possíveis terapias para, em termos simples, matar o câncer sem causar efeitos colaterais graves.

Tratamentos convencionais costumam agir no organismo como um todo. Um quimioterápico, por exemplo, também ataca células sadias. Sua dose deve ser cuidadosamente avaliada: se pequena, corre-se o risco de não ser eficaz; se grande, pode comprometer a vida do paciente.

O medicamento ideal é aquele que vai direto ao alvo, atuando só ali e eliminando de forma definitiva o câncer. Esse super-remédio tem sido a busca incessante de vários cientistas.

Uma das linhas de pesquisa envolve a criação de dispositivos capazes de carregar um medicamento para o interior da célula tumoral e liberá-lo lá dentro, de forma controlada. Estratégia semelhante poderia servir para diagnosticar o tipo de câncer e identificar as áreas do corpo nas quais ele se instalou.

Não é simples desenvolver um dispositivo que sirva, ao mesmo tempo, a várias funções (medicamento, diagnóstico etc.). Um modo de implementar isso é por meio do uso das nanopartículas, cujas dimensões estão na casa dos bilionésimos de metro (um fio de cabelo tem diâmetro cerca de 50 mil vezes maior).

Essas partículas devem ter basicamente duas propriedades: 1) a de serem venenosas para as células cancerosas, mas só para elas; 2) a de serem atrativas (somente) para as células doentes. Para cumprir esta última tarefa, elas podem ser recobertas com algo de que a célula doente precise para viver.

Outra possibilidade é utilizar nanopartículas magnéticas, as quais podem ser facilmente guiadas até o tumor por meio de ímãs. Essa técnica tem a vantagem adicional de facilitar o recobrimento das partículas com algo que as tornem um tipo de cavalo de Troia para as células cancerosas.

Uma vez atingido o destino (interior da célula), entra em cena a arma principal: um campo eletromagnético intenso (ondas de rádio, na verdade) aplicado sobre o paciente (e inofensivo para ele) faz com que as nanopartículas esquentem muito, causando, por consequência, a morte da célula por excesso de calor.

A tática explora uma diferença crucial entre as células cancerosas e as sadias: as primeiras suportam calor da ordem de 40º Celsius; as últimas, até mais ou menos 45º Celsius. Portanto, controlando a intensidade do campo eletromagnético, é possível fazer com que a região afetada pelo tumor atinja uma temperatura intermediária (42º Celsius, digamos), a fim de destruir só o tecido tumoral.

Esse é basicamente o conceito da hipertermia magnética, campo que deu os primeiros passos (ainda tímidos) na década de 1950 por cirurgiões e engenheiros eletrônicos. O objetivo era destruir o câncer que havia se espalhado pelo corpo de pacientes.

Desde então, a área, associada ao desenvolvimento da nanotecnologia, vem ganhando projeção. Exemplo disso é o trabalho contemplado com o Nobel de Química de 2016. Os três ganhadores – Jean-Pierre Sauvage, Fraser Stoddart e Bernard Feringa – desenvolveram o conceito de máquinas moleculares, que podem ter uma função quando estimuladas. Por exemplo, agir como espécie de carteiro, entregando a encomenda (medicamento) em um endereço específico (tecido tumoral).

Com o que sabemos, podemos traçar uma estratégia para desenvolver um dispositivo multifuncional para a terapia contra o câncer. Ele seria formado por nanopartículas magnéticas, que estariam recobertas por um ou mais tipos de molécula que as tornassem atrativas para células tumorais e desinteressantes para as sadias. Esse conjunto ainda poderia servir como elemento de contraste para diagnósticos e também armazenar um remédio antitumoral.

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