Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2018
O vice-ministro japonês de Finanças, Junichi Fukuda, renunciou nesta quarta-feira (18) após ser acusado de assédio sexual por várias jornalistas, no primeiro caso deste tipo no Japão após o surgimento do movimento #MeToo.
A demissão foi anunciada pelo ministro do departamento, Tao Aso, depois que no mês passado o jornal The Shukan Shincho publicou que Fukuda, de 58 anos, fez sugestões sexuais, algumas delas gravadas, a várias jornalistas, cujas identidades não foram reveladas.
O Ministério de Finanças assegurou, em um comunicado, que continuará investigando as acusações, por meio de uma firma jurídica externa, pois o caso estava sendo tratado de maneira interna por subordinados do próprio vice-ministro, que negou os fatos.
Fukuda, que é acusado de pedir às mulheres um abraço e tocar em seus peitos e inclusive insinuar que fossem com ele a um hotel, assegurou hoje em declarações à imprensa local que tinha decidido demitir para “limpar o seu nome”.
O ministro de Finanças, que tinha apoiado até agora o político, chegou a pedir às mulheres supostamente vítimas de assédio que revelassem a identidade e levassem o caso à Justiça para ser credível, o que suscitou uma forte polêmica.
Fukuda negou na segunda-feira passada que tivesse intenção de deixar o governo.
Brasil no Japão
No início da semana o presidente do Senado, Eunício Oliveira, foi recebido em audiência no Palácio Imperial do Japão, em Tóquio, pelo imperador Akihito. Eles conversaram sobre a amizade entre os dois povos e a necessidade de aumentar a integração entre Brasil e Japão.
O incremento das relações bilaterais, principalmente na economia, ainda foi defendido pelo presidente do Senado em reunião na sede da Federação das Indústrias do Japão. Eunício conversou com o presidente da Keidanren, Masami Iijima, e falou para uma plateia de 30 empresários japoneses representantes das maiores multinacionais do país. No foco do encontro, a recuperação da economia brasileira.
De acordo com Eunício, a melhora dos indicadores econômicos é reflexo do ajuste fiscal que vem sendo produzido no Brasil, onde o déficit governamental está controlado, e a taxa básica de juros, que inibia a cadeia produtiva, está em seu mais baixo patamar histórico. Entre as ações para retomada do desenvolvimento, o presidente destacou que o Congresso Nacional aprovou uma série de medidas microeconômicas, como a reforma trabalhista, o limite dos gastos públicos e a nova política de juros do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Ao traçar um quadro de que a recessão está “superada” e a economia “destravada”, o presidente do Senado convidou os empresários japoneses a investirem no Brasil como uma excelente oportunidade de negócios.
Eunício Oliveira terminou o discurso confiante na parceria, lembrando os 110 anos da imigração japonesa em solo brasileiro, comemorados neste ano. O Brasil tem a maior comunidade nikkei do mundo, com quase dois milhões de nipo-descendentes. Cerca de 180 mil brasileiros vivem no Japão.