Quarta-feira, 08 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2018
O vice-primeiro-ministro da Austrália, Barnaby Joyce, anunciou nesta sexta-feira (23) que renunciará na próxima segunda (26) a seu cargo no Executivo e à frente do Partido Nacional após uma acusação de assédio sexual que se soma ao escândalo de seu relacionamento com uma ex-funcionária.
“Já informei ao primeiro-ministro interino, Mathias Cormann, disto e também a meus colegas”, disse Joyce, durante entrevista coletiva.
O líder do Partido Nacional, partido conservador com forte raízes nas zonas rurais do país, afirmou que manterá seu cargo de deputado pelo distrito eleitoral de New England.
A decisão foi anunciada depois que seu partido confirmou, na quinta (22), o recebimento de uma queixa de suposto assédio sexual contra Joyce, que nega a acusação, e cuja posição começou a ser questionada no início do mês por causa de um romance com uma antiga funcionária.
“Solicitei, pelo direito da pessoa que formulou esta acusação e pelo meu direito a se defender, que o caso seja encaminhado para a polícia”, ressaltou Joyce, que anunciou sua renúncia após dias de pressão para que deixasse o cargo.
Turnbull, líder do Partido Liberal, parceiro da coalizão governante, disse então que Joyce cometeu “um erro de julgamento contraproducente” e causou “um mundo de dor”, comentários que o ofendido qualificou depois como “ineptos”.
Barnaby Joyce, de 50 anos, foi alvo de críticas desde que a imprensa australiana revelou no início do mês que espera um bebê da sua ex-assessora de imprensa, Vikki Campion, de 33 anos, quase 20 anos mais nova que ele. A relação provocou sua separação de Natalie Abberfield, com quem ficou casado por 24 anos e teve quatro filhas.
O vice-primeiro-ministro também recebeu críticas pela promoção de Vikki em vários postos do partido quando já vivia com ela numa mansão cedida gratuitamente por um amigo milionário, o que poderia representar uma violação das suas obrigações como ministro.
Conservadores proíbem relações entre ministros e colaboradores
O Partido Nacional é um dos pilares da coalizão conservadora formada com o Partido Liberal de Malcolm Turnbull. O escândalo levou Turnbull a decretar a proibição de que seus ministros e colaboradores mantenham relações sexuais entre si. O premiê enfatizou que o código de conduta foi modificado para que fique bem claro que “os ministros, sejam solteiros ou casados, não podem manter relações sexuais com seus colaboradores”.
Turnbull também pediu ao seu já ex-número dois que tirasse uma semana de descanso para evitar que assumisse a chefia do Governo interino durante a viagem do líder para os Estados Unidos.
Escândalo
O escândalo rebentou quando o Daily Telegraph de Sydney publicou na primeira página uma fotografia que confirmava a gravidez de Vikki Campion, antiga consultora de comunicação do vice-primeiro-ministro australiano Barnaby Joyce e o fim do casamento de 24 anos.
A imagem, que mostrava Campion atravessando a rua, vinha acompanhada do subtítulo: “’Loucamente apaixonado’, o vice-primeiro-ministro está à espera de um bebê com uma ex-colaboradora.”