Sexta-feira, 24 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2019
Autoridades de alto escalão de governos de vários países aliados dos Estados Unidos foram alvos de ataques no início deste ano com softwares de hackers que usavam o WhatsApp, do Facebook, para controlar os telefones dos usuários. As informações são da agência de notícias Reuters.
Fontes familiarizadas com a investigação interna do WhatsApp disseram que uma parcela significativa das vítimas conhecidas são autoridades governamentais e militares de alto nível espalhadas por pelo menos 20 países nos cinco continentes.
O ataque maior do que relatado anteriormente a smartphones dos principais funcionários de governos sugere que a invasão do WhatsApp pode ter amplas consequências políticas e diplomáticas.
O WhatsApp entrou com uma ação na terça-feira contra o desenvolvedor de ferramentas hackers israelense NSO Group, alegando que o NSO construiu e vendeu uma plataforma hacker que explorava uma falha nos servidores do WhatsApp para ajudar os clientes a invadirem os celulares de pelo menos 1.400 usuários.
Embora não esteja claro quem usou o software para invadir os telefones, o NSO diz que vende seu spyware exclusivamente para clientes de governo.
Algumas vítimas estão localizadas nos Estados Unidos, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, México, Paquistão e Índia, disseram pessoas familiarizadas com a investigação. A Reuters não pôde verificar se as vítimas desses países incluíam funcionários do governo.
A empresa negou qualquer irregularidade, dizendo que seus produtos são destinados apenas a ajudar governos a capturar terroristas e criminosos. O NSO negou as alegações “nos termos mais fortes possíveis”, dizendo que as combaterá “vigorosamente”.
O WhatsApp é usado por 1,5 bilhão de pessoas todos os meses e se gabou muitas vezes de seu nível alto de segurança, que inclui mensagens criptografadas de ponta a ponta que não podem ser decifradas nem pelo próprio WhatsApp, nem por terceiros.
Governo de Israel
O governo de Israel negou nesta sexta-feira (1°) qualquer envolvimento em um suposto ataque cibernético da empresa de vigilância israelense NSO Group.
Distanciando o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu das supostas tentativas de enviar malware aos celulares de vários usuários do Whatsapp, o ministro do gabinete de segurança, Zeev Elkin, disse que, se qualquer pessoa fez algo “proibido”, pode contar que será levada aos tribunais.
“O NSO é uma entidade privada que usa recursos que os israelenses têm, milhares de pessoas estão no campo cibernético, mas não existe envolvimento do governo israelense aqui, todos entendem isso, isto não diz respeito ao Estado de Israel”, disse Elkin à Rádio Tel Aviv.
A gigante de software de propriedade do Facebook alega que o NSO Group criou e vendeu uma plataforma de invasão cibernética que explorou uma falha em servidores de posse do WhatsApp para ajudar clientes a invadirem os celulares de ao menos 1.400 usuários entre 29 de abril e 10 de maio de 2019.
Em sua entrevista à rádio, Elkin disse: “Não vejo nenhuma repercussão política negativa deste incidente”.
“É verdade que, quando as pessoas fazem coisas que são proibidas – não tenho como determinar se de fato fizeram algo proibido –, o sistema de justiça aqui e em outros países as punirá duramente”.