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Por Redação O Sul | 6 de outubro de 2017
Em um jantar no Fasano, em São Paulo, na quinta-feira (5), com personalidades brasileiras, o ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama discutiu a ascensão da sociedade civil e a pressão sobre a classe política tradicional.
O publicitário Nizan Guanaes, ligado ao também expresidente americano Bill Clinton e ao Partido Democrata, fez o meio de campo com os presentes, ao lado do cônsul norte-americano em São Paulo, Ricardo Zuniga.
“A pauta do jantar foi o terceiro setor. A conversa foi muito sobre a área social, formação de líderes”, afirmou Guanaes. Ainda de acordo com o publicitário, o atual presidente dos EUA, Donald Trump, não foi assunto, e Obama comeu “pescado”. “Foi leve.”
Foram selecionados pela equipe de Obama para o jantar o ex-reitor da USP José Goldemberg, a ativista Juliana de Faria, da ONG Think Olga, Regina Nunes, presidente da agência Standard & Poor’s no Brasil, e Lara Lemann, filha do empresário Jorge Paulo Lemann. José Marinho, do Grupo Globo, também estava presente.
O artista plástico Emanoel Araujo, diretor do Museu Afro Brasil foi convidado, mas não compareceu. Rogerio Fasano veio do Rio especialmente para a ocasião.
Palestra
O ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama afirmou na manhã da última quinta, em evento em São Paulo, que a Coreia do Norte é um “perigo real” e defendeu a importância de uma diplomacia forte para a paz. Essa é a primeira vez que ele vem ao Brasil desde que deixou a presidência no começo deste ano.
“Não podemos resolver todos problemas com tanques e aeronaves. A Coreia do Norte é um perigo real”, afirmou durante o Fórum Cidadão Global.
“Nossa segurança não depende apenas da força militar, também depende de uma diplomacia forte. Alimentar alianças e encorajar uma cooperação entre as nações. O poder das nossas economias e o poder dos nossos ideais são importantes para assegurar a paz, não somete poder militar extraordinário”, declarou.
Tolerância
Obama também falou sobre a importância de se cultivar a tolerância. Ele destacou que estamos, atualmente, “mais conectados do que nunca”, porém que enfrentamos problemas. “Ficamos mais presos do que nunca a nossa própria bolha, não desafiamos as nossas próprias premissas. Tudo o que a gente vê e lê é aquilo que o algoritimo diz que deveríamos ler. Ficamos seguros em nossas crenças e filtramos as informações que não estão de acordo com a nossa opinião”, observou.
“Temos que ouvir aqueles com quem não concordamos”, ressaltou. Ao comentar sobre o impacto do desenvolvimento na comunicação, Obama afirmou que atualmente “as ideias são amplificadas. Isso vale para boas ideias e para ruins e destrutivas”. “Toda vez que uma nova tecnologia de informação surge leva um certo tempo para que a sociedade possa extrair seus benefícios. Isso cria alguns perigos”, afirmou.