Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2015
Um documento apreendido na sede da construtora Odebrecht e intitulado como “Relação de Brindes Especiais – 2010” aponta que funcionários de alto escalão da Petrobras, entre eles, os ex-presidentes da estatal José Sérgio Gabrielli de Azevedo e Maria das Graça Foster, recebiam presentes do ex-diretor da empresa Rogério Araújo. Na lista consta que os “brindes” são pinturas de alto valor de artistas renomados, como Alfredo Volpi, Gildo Meirelles, Romanelli e Oscar Niemeyer.
Também aparecem na relação de destinatários dos quadros: Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento; Renato de Souza Duque, ex-diretor de Serviços; Jorge Luiz Zelada e Nestor Cerveró, ambos ex-diretores da área Internacional; e o ex-gerente de Engenharia Pedro Barusco.
A informação integra a denúncia que o MPF (Ministério Público Federal) apresentou contra ex-executivos da empreiteira e o presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, à Justiça Federal. A empresa informou que, por se tratar de uma denúncia a uma pessoa específica, e não à empresa, não vai se pronunciar sobre os possíveis “presentes”.
A defesa de Araújo diz que a “relação de brindes trazida na denúncia não se refere a pinturas milionárias, como tem sido a opinião pública levada a entender, mas a reproduções das obras de arte dos artistas mencionados”.
“Observe-se que anotações manuais também apreendidas, trazem o alto valor dos quadros encomendados, demonstrando que não se tratavam de meros ‘brindes’”, diz um trecho da denúncia apresentada pelo MPF. À época do ocorrido, Gabrielli era o presidente da estatal, e Graça era diretora.
O ex-diretor da Odebrecht Rogério Araújo era o remetente dos “brindes”. Ele está preso desde junho.
Gabrielli afirmou, por e-mail, que a informação de que recebeu pinturas de alto valor é “absolutamente falsa”. Ele admite que recebeu brindes, mas que foram livros editados pela empresa.