Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de março de 2016
As investigações da 26 fase da Operação Lava-Jato, batizada de “Xepa”, constaram que a empreiteira Odebrecht mantinha em sua estrutura organizacional um setor destinado ao pagamento de propinas. De acordo com representantes da PF (Polícia Federal) e da Procuradoria-Geral da República, a prática contava com funcionários dedicados e programas de computador especialmente desenvolvidos para essa finalidade.
Mediante acordo de delação premiada, a ex-secretária da construtora Maria Lúcia Tavares revelou que todos os pagamentos paralelos deviam constar em um sistema conhecido como MyWebDay, uma espécie de “intranet do suborno”. Altos executivos da companhia eram os responsáveis por liberar os recursos para a corrupção de servidores públicos, políticos e outros destinatários.
“No contexto do processo de solicitação e deferimento de disponibilização de valores para pagamento de vantagens indevidas, as requisições planilhadas e informatizadas são caracterizadas por três dados importantes, referentes à obra, responsável e beneficiário, mediante codinome”, diz o relatório da PF.
A Odebrecht também contava com o sistema Drousys, que dava maior segurança ao tráfego de informações sobre as propinas. Os usuários chegavam a ter login e senha próprios. (AE)