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Por Redação O Sul | 23 de fevereiro de 2016
O MPF (Ministério Público Federal) relatou ao juiz Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava-Jato em Curitiba (PR), no âmbito da Operação Acarajé, prováveis pagamentos de propina da Odebrecht na Argentina, Peru e El Salvador. Segundo o MPF, o responsável pelos pagamentos na Argentina e no Peru é o executivo da empreiteira Fernando Migliaccio, que controla as offshores Constructora Internacional Del Sur e Klienfeld Services, ambas utilizadas pela Odebrecht. Migliaccio tem contra si um mandado de prisão preventiva, que não foi cumprido porque ele está nos Estados Unidos.
E-mails interceptados pela força-tarefa da Lava-Jato mostram conversas entre o executivo da empreiteira Maurício Couri Ribeiro e Manuel Vazquez, assessor do ex-secretário de Transportes da Argentina Ricardo Raúl Jaime. Na correspondência, Ribeiro e Vazquez conversam a respeito de problemas em um dos pagamentos da Klienfeld ao assessor do secretário argentino. O MPF ressalta que tanto Vazquez quanto Jaime já foram condenados por corrupção no país vizinho.
No relatório enviado a Moro, os procuradores relatam a suspeita de que os pagamentos em favor de Jaime foram feitos para a obtenção do contrato de soterramento do Ferrocarril Sarmiento pela Odebrecht. Além de Jaime, é citada pela força-tarefa da Lava-Jato a vinculação do presidente do Peru, Ollanta Humala, eleito em 2011, a 3 milhões de dólares, o equivalente a 4,8 milhões de reais pela cotação de 1,6 real adotada no relatório.
(Veja)