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Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2019
A onda de calor intensa que atingiu a França – com temperaturas que chegaram a 46º graus, recorde no país – em junho e julho deste ano, causou a morte de aproximadamente 1.500 pessoas. Entre elas, cerca de metade tinha mais de 75 anos.
Os dados mostram o aumento de 9,1% em relação à média anual de óbitos durante o verão, declarou Agnès Buzyn, ministra da saúde. O total de mortes, no entanto, foi dez vezes menor em relação à última onda de calor que assolou o país, em 2003, que durou vinte dias e levou à morte de 19.490 pessoas, segundo dados do Inserm, instituto francês de pesquisa e saúde.
“Destes 1.500 mortos, a metade tinha mais de 75 anos”, explicou Buzyn, mas “há também adultos, e até mais jovens, que foram impactados pelo calor”. A ministra também afirmou que, apesar das dificuldades, o país conseguiu diminuir o número de fatalidades, “graças à prevenção e às campanhas que a população absorveu”. Ela aproveitou a entrevista para agradecer e exaltar a mobilização de profissionais da saúde.
Segundo o jornal Le Monde, a publicação do relatório relativo às ondas de calor, em especial à mortalidade no período, demora cerca de um mês, tempo necessário para analisar os dados e verificar a relação entre o aumento de mortes e as temperaturas elevadas.
Comentários
O ministro das Relações Exteriores da França disse neste domingo (08) que os comentários de autoridades brasileiras sobre Brigitte Macron, mulher do presidente francês, Emmanuel Macron, são “indignos”. “Não se administra as relações internacionais como uma competição de insultos”, disse Jean-Yves le Drian à uma rádio européia. “Não confundo os líderes atuais e a realidade do Brasil”, acrescentou.
O presidente Bolsonaro e Macron se envolveram em uma guerra de palavras profundamente pessoal e pública nas últimas semanas, com Bolsonaro zombando da esposa de Macron e acusando o líder francês de desrespeitar a soberania do Brasil.
Na última quinta-feira (05), foi a vez do ministro da Economia, Paulo Guedes, ofender a primeira-dama francesa. Pouco depois, no entanto, o ministro pediu desculpas pelo que classificou de “brincadeira”.
Filha de Brigitte Macron
Tiphaine Auzière, filha de Brigitte Macron, a primeira-dama da França, fez um vídeo para defender a mãe da declaração do ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes, e do presidente Jair Bolsonaro. Auzière publicou a resposta na sexta-feira (06) em uma rede social. Ela aparece com um papel impresso com uma reportagem sobre as falas de Guedes.
“Estamos em 2019 e dirigentes políticos têm como alvo o físico de uma mulher também ativa politicamente. Vocês acreditam que isso existe ainda? Ah, sim.” Em seguida, ela diz que os franceses também têm problemas: “Não estamos em posição de criticar o que acontece internacionalmente porque a França nem sempre foi isenta de críticas”. Em seguida, lembra de casos de ataques verbais contra mulheres no país.
Auzière diz, então: “Temos que reagir, nos engajar dentro das nossas famílias, no nosso trabalho, nas urnas para que todos juntos joguemos fora nossa misoginia”. No fim, ela pede para que se faça uso de um slogan chamado “Jogue fora sua misoginia”.