Sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 23 de outubro de 2020
A PF (Polícia Federal) deflagrou, na manhã desta sexta-feira (23), uma operação de busca e apreensão em cinco endereços ligados a Nythalmar Dias Ferreira Filho, advogado de réus famosos da Operação Lava-Jato, no Rio de Janeiro. Segundo informações do programa Bom Dia Rio, da Rede Globo, as buscas aconteceram em Campo Grande, na Zona Oeste, no Centro, em Ipanema e no Catete, ambos na Zona Sul.
Nythalmar, conhecido como “o mais caro criminalista da Lava-Jato”, é suspeito de vender um acesso facilitado ao juiz Marcelo Bretas e prometer penas mais brandas a seus clientes nas negociações de delações premiadas. O juiz não é investigado. Marcelo Bretas afirmou ao portal de notícias G1 que não ia comentar o caso. O Ministério Público Federal (MPF) afirmou que ainda não tinha informações para divulgar.
Lista de clientes
Na lista de clientes do advogado já estiveram Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados; Fernando Cavendish, ex-dono da Delta Construções; Arthur Soares, empresário conhecido como Rei Arthur; José Mariano Beltrame, ex-secretário de Segurança do RJ; e Júlio Lopes, ex-deputado federal.
Apartamento de presente
Um perfil publicado pela revista “Época” mostrou que Nythalmar chegou a receber um apartamento na Zona Sul do Rio de presente do empresário Fernando Cavendish. O advogado atribuía seu sucesso à sagacidade de entender que a Lava-Jato era um “caminho sem volta”, aposentando “o formalismo jurídico que recorria à manobras processuais para evitar o julgamento do mérito”.
Sua estratégia era partir direto para a negociação de colaborações premiadas com as autoridades, em troca da promessa de liberdade de seus clientes.
“O acordo é um meio de defesa mundial. É mais econômico e tem resultado imediato. O cliente ganha uma segunda chance na vida”, afirmou à “Época”.
Em março de 2019, o Tribunal de Ética da OAB do Rio de Janeiro chegou a apurar a conduta de Nythalmar, após acusações de cooptação indevida de clientes da Lava-Jato com defesa constituída. Na denúncia, o advogado já era acusado de “vender” facilidades. As informações são do jornal O Globo.