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Mundo Operação de resgate: entenda como o Ministério das Relações Exteriores tenta manter vivos os brasileiros em Gaza

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Grupo está no sul da Faixa de Gaza próximo à fronteira com Egito. (Foto: Itamaraty/Divulgação)

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, explicou nessa segunda-feira (23) como funcionam os trabalhos operacionais da Embaixada para repatriar os brasileiros que estão no meio do conflito entre Israel e Hamas, que começou em 7 de outubro. O trabalho da Embaixada foi dividido em três etapas. A primeira visou salvar os brasileiros que estavam na zona de combate. Para tal, os brasileiros foram enviados para o sul de Gaza, em Rafah e Khan Younes.

Por exemplo, o brasileiro Hasan Rabee — que está em Khan Younes — é um dos que buscam a abertura da fronteira na região com o Egito para conseguir retornar ao Brasil. Numa entrevista, ele chegou a dizer que a região não tinha estrutura suficiente para receber as milhares de pessoas que estão se deslocando para o local.

Ele mora em São Paulo com a família e estava há dez dias em Gaza para visitar familiares quando os ataques do Exército de Israel começaram — cerca de 25 brasileiros que estavam em Gaza chegaram a demonstrar interesse em sair da zona de conflito.

Oferta de alimentos

A segunda etapa visa “aliviar a catástrofe humanitária, enviando recursos para que eles (brasileiros) possam procurar alimentos, água”, disse o embaixador do Brasil na Palestina em vídeo.

Hasan Rabee chegou a relatar que “desde o começo desses ataques e do conflito, a gente está sem água para tomar banho, se lavar, só temos água bem salgada para beber (…) Essa água, quem tá em prédio, no primeiro andar, segundo, terceiro, ela não sobe. E infelizmente não tem pressão, os tanques de água ficam vazios”.

Porém, há cerca de uma semana, ele contou que recebeu garrafas de água mineral e alimentos da Embaixada do Brasil na Palestina. “Recebemos comida, água, dá para bastantes dias. A gente estava louco para beber água boa”.

Funcionários da Embaixada contaram em vídeo que desde o começo do conflito estão em contato via grupo de WhatsApp com os brasileiros para saber quais são as necessidades deles — alimentar e de segurança, por exemplo – e entender como conseguem oferecer as ajudas de cada um.

Além disso, uma funcionária da Embaixada gravou um vídeo onde conta que através das informações passadas no WhatsApp conseguem saber onde estão os brasileiros e se supostamente se deslocaram para outra região.

“(Dessa forma), é informado ao governo israelense (a localidade dos brasileiros) para que não seja bombardeada (…) Temos a segurança que as casas onde estão os brasileiros não serão bombardeadas”, afirmou a funcionária.

Porém, isso não inibe que regiões próximas sejam bombardeadas.

Evacuação

Já a terceira etapa consiste na repatriação dos brasileiros através da fronteira do sul de Gaza. Segundo o último balanço do governo, a Operação Voltando em Paz já trouxe ao país 1.413 passageiros. São 1.410 brasileiros, três bolivianas e 53 animais de estimação em oito voos comandados pela Força Aérea Brasileira.

A etapa mais recente da operação foi concluída na madrugada dessa segunda, quando a aeronave KC-30 (Airbus A330 200) pousou, às 4h da manhã, no Rio de Janeiro (RJ). As pessoas foram buscadas principalmente no aeroporto de Tel Aviv, cidade de Israel.

Outra saída para repatriar os brasileiros é via Egito, caso o país abra a fronteira — o que não aconteceu completamente, mas mantimentos, por exemplo, já foram enviados à região.

Em 14 de outubro, Egito e Israel chegaram a alcançar um acordo para abrir as fronteiras temporariamente, segundo um membro da comitiva egípcia. Os moradores de Khan Younes chegaram a se organizar para atravessar a região e sair da zona de conflito, mas nada foi feito.

Em 16 de outubro, quando supostamente abriria a fronteira, Hassan chegou a dizer que sua “esposa ficou o dia inteiro chorando e a gente estava com bastante esperança que a gente já estaria no Egito neste momento porque disseram que iam abrir a fronteira às 9h (3h no horário de Brasília, daquele dia). Ficamos preparados, prontos com as crianças, dissemos para elas que iríamos para casa, mas infelizmente até esse momento nada”.

Os funcionários da Embaixada estão divididos em duas equipes. A primeira fica em Jerusalém, onde estão os diplomatas e oficinais de chancelaria. Enquanto em Hamala, capital da Palestina, estão os funcionários que cuidam do operacional e oferta de suporte aos brasileiros.

Eles criaram um formulário virtual para falar as famílias das pessoas que estão na zona de conflito e conseguir informações para uma possível evacuação. Há ainda um telefone 24 horas da Embaixada para todos os cidadãos conseguirem tirar dúvidas.

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