Terça-feira, 27 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 26 de maio de 2025
Procuradoria-Geral da República pediu ao STF abertura de investigação sobre ações do deputado (foto) nos Estados Unidos
Foto: Vinicius Loures/Câmara dos DeputadosIntegrantes da oposição criticaram nessa segunda-feira (26), o pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) de abertura de um inquérito contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) pela sua atuação nos Estados Unidos. Parlamentares avaliaram o pedido como uma forma de “censura” e de perseguição.
Ao defender a imunidade parlamentar, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o caso se trata de uma “censura disfarçada”. Ele defende que Eduardo exerceu liberdade de expressão e o “direito de denunciar abusos”.
“O que está acontecendo é mais um capítulo da perseguição institucional contra parlamentares que ousam enfrentar o sistema. Agora, querem abrir inquérito porque ele falou nos EUA o que milhões de brasileiros dizem todos os dias: não aceitamos uma democracia comandada por ministros intocáveis”, disse no X (antigo Twitter).
O pedido da PGR mira a atuação de Eduardo nos Estados Unidos e a possível interferência no andamento de processos do Judiciário brasileiro. A manifestação foi encaminhada ao STF (Supremo Tribunal Federal), onde será analisada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Vice-líder da oposição na Casa, o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) endossou a tese de perseguição e afirmou que as acusações contra Eduardo são “suposições infundadas”.
“A PGR quer investigar Eduardo Bolsonaro por denunciar os abusos dos quais brasileiros têm sido vítimas. Não é justiça — é revanche política. O autoritarismo começa no desprezo pelas normas e na arrogância dos poderosos”, afirmou no X.
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Eduardo está licenciado do cargo de deputado desde 20 de março deste ano. Ao anunciar seu afastamento da função, Eduardo afirmou que ficaria nos Estados Unidos e iria “buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”.
Governistas apoiam
Em outra frente, parlamentares da base aliada do governo endossaram a ideia de abertura de uma investigação. O líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou ser necessário que o STF atue com “firmeza” e sugeriu a prisão preventiva de Eduardo.
“O sistema de justiça brasileiro está sob ataque externo, articulado por um parlamentar licenciado que age contra sua própria pátria. Eduardo Bolsonaro, mesmo fora do país, busca sanções contra autoridades brasileiras, tentando sabotar investigações contra os golpistas. Isso é traição à pátria e obstrução da Justiça”, disse no X.
No pedido enviado ao STF, o procurador-geral, Paulo Gonet, sugeriu a oitiva de Lindbergh, já que o deputado apresentou representação contra Eduardo por sua atuação nos EUA.
A líder do PSOL na Câmara, deputada Talíria Petrone (RJ), também defendeu a responsabilização de Eduardo por, segundo ela, atacar a democracia. “Quem conspira contra o Brasil e o Estado Democrático de Direito não pode ficar impune”, declarou em publicação no X.