Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de janeiro de 2016
Após um final de ano em que deixou de respirar por aparelhos, o Palácio do Planalto sentiu o baque de ver alvejado seu principal ministro, símbolo da esperança de renascimento do governo em 2016. A ordem é blindá-lo a todo custo. A exposição do chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, espécie de rainha no tabuleiro de xadrez do governo, deixa a presidenta Dilma Rousseff ainda mais vulnerável. Um tiro nele pode ser decisivo para um xeque-mate na petista.
É consenso no governo a percepção de que o conteúdo vazado pode até “constranger”, mas não “comprometer” o ministro. “É dever de um governador tentar liberar obras paradas. Não há nada ilegal em pedir doação para campanha”, resumiu um aliado. “Na Bahia, nem síndico de prédio se elege sem conversar com OAS e Odebrecht”, diz um defensor do petista.
A menção a Wagner na delação de Nestor Cerveró, contudo, foi classificada como preocupante por um interlocutor da presidenta. O novo foco de crise reforça a urgência de uma agenda positiva que se sobreponha ao caso. Em conversa com Dilma, na sexta-feira, o chefe da Casa Civil afirmou não conhecer o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
A oposição já prepara um requerimento de convocação de Wagner para depor na CPI dos Fundos de Pensão, presidida por Efraim Filho (DEM-PB), tão logo o Congresso Nacional volte do recesso. (Folhapress)