Domingo, 18 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2021
Um porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta terça-feira (12) que o órgão, ligado às Nações Unidas, aguarda o envio de resultados completos dos estudos clínicos do remédio molnupiravir, contra covid, desenvolvido pela farmacêutica alemã Merck.
A declaração foi dada um dia após a empresa ingressar com pedido à agência regulatória norte-americana FDA para uso emergencial do medicamento. O objetivo é ministrá-lo no tratamento de manifestações leves a moderadas da doença em adultos.
Se o sinal-verde for concedido (o que pode levar algumas semanas), esse será o primeiro remédio em formato de comprimido para tratar pacientes de covid. Todos os outros tratamentos autorizados pela FDA requerem uma injeção intravenosa.
No dia 1º de outubro, a Merck havia anunciado que seu medicamento reduziu as hospitalizações e mortes em pessoas no início da infecção com o coronavírus. A FDA, no entanto, ainda precisa examinar os dados de segurança e eficácia, antes de tomar uma decisão.
“Realmente é um progresso”, declarou o porta-voz Christian Lindmeier em entrevista coletiva em Genebra. “Ainda esperamos ver os dados completos. Se for comprovado, então é outra arma na luta contra a pandemia da Covid-19.”
Opções já apresentadas
Até agora, três medicamentos de anticorpos autorizados pela agência provaram ser altamente eficazes na redução de mortes por covid. Mas são caros, difíceis de produzir e requerem equipamentos especializados e profissionais de saúde para serem aplicados.
Desde o início da pandemia, especialistas enfatizam a necessidade de um tratamento em comprimido. O objetivo é ter algo semelhante ao oseltamivir, remédio contra gripe utilizado há 20 anos e que reduz a doença em um ou dois dias, além de atenua a gravidade de sintomas como tosse e febre.
Nesta semana, a farmacêutica britânica Astrazeneca – responsável pela produção da vacina de Oxford contra o coronavírus – anunciou que seu coquetel de medicamentos experimentais contra a covid se mostrou eficaz na redução de casos graves e mortes em pacientes não hospitalizados. Mas ainda não foi feita a avaliação por outros cientistas e nem publicação em revista especializada.
O medicamento, denominado provisoriamente “AZD7442”, reduziu em cerca de 50% o risco de o indivíduo desenvolver a forma grave da doença. A farmacêutica, uma das mais tradicionais do planeta (está na ativa desde 1668) também garante que o composto se mostrou capaz de impedir a morte de pacientes sintomáticos. O estudo acompanhou aproximadamente 900 pessoas.