Quarta-feira, 22 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de junho de 2020
Segundo a entidade, o número elevado indica baixa testagem e uma provável subnotificação de casos
Foto: Agência BrasilA OMS (Organização Mundial da Saúde) mostrou preocupação na segunda-feira (22) com a alta porcentagem de resultados positivos nos testes de Covid-19 no Brasil – na casa dos 31%, de acordo com o boletim epidemiológico mais recente.
Segundo a entidade, o número elevado indica baixa testagem e uma provável subnotificação de casos, uma vez que a taxa média de positivos, em outros países, costuma ser de 17%.
“Precisamos entender como quase um terço dos testes dá positivo. Provavelmente, há uma subestimação do número verdadeiro de casos. A taxa em países com testagem em massa chega até a 5%, e essa tendência não é um resultado de realizar vários testes”, esclareceu Michael Ryan, diretor do programa de emergências da OMS.
Na semana passada, Ryan afirmou que havia uma “estabilização” da doença no País. Questionado nesta segunda-feira sobre a declaração, ele justificou que os números de casos apresentaram um padrão durante as semanas de junho.
O diretor, porém, chamou a atenção para os dados divulgados pelo Ministério da Saúde na sexta-feira, quando houve recorde absoluto na atualização oficial diária, de 54.771 novos infectados – resultado de uma subnotificação anterior na plataforma.
A diretora técnica da OMS, Maria Van Kerkhove, acrescentou que é necessário reduzir a análise das estatísticas ao menor indicador possível. Segundo ela, é importante identificar as variações no comportamento do vírus em cada local, pois ele não se dissemina de forma equivalente ao redor de cada país. “Pode haver diferenças em intensidade e em transmissão na comparação entre Estados. É importante ir ainda mais a fundo.”
Diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus voltou a enaltecer os resultados preliminares dos testes com o corticoide dexametasona. Pesquisadores do Reino Unido divulgaram na última terça-feira, 16, que o medicamento reduziu em um terço as mortes por covid-19 nos pacientes graves que o utilizaram. O líder reafirmou que o remédio não deve ser usado para casos leves ou para prevenir a doença, mas pediu um aumento na produção global da droga.
“As descobertas recentes nos dão um grande motivo para comemorar. O desafio agora é ampliar a produção e distribuir rapidamente, de forma igualitária, em todo o mundo, focando onde é mais necessário. A procura aumentou após o resultado do ensaio clínico britânico. Felizmente, é um medicamento barato, e existem diversos produtores para acelerar o processo”, vibrou Tedros.