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Opinião Os argentinos terminaram a semana 20% mais pobres do que estavam no último sábado

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Na raiz do pânico financeiro após as eleições há um nome e sobrenome: Cristina Kirchner. (Foto: Reprodução/Twitter/@CFKArgentina)

Os argentinos terminaram a semana cerca de 20% mais pobres do que estavam no último sábado. É o efeito da crise de confiança no país, refletida no abrupto aumento da inflação e desvalorização da moeda, o peso, depois dos resultados das eleições primárias de domingo passado. Nelas, o candidato oposicionista Alberto Fernández obteve mais de 47% dos votos, superando com larga vantagem o atual presidente Mauricio Macri, com 32%, num resultado imprevisto por vencedor, derrotado e todos os institutos de pesquisa. As informações são do jornal O Globo.

Na raiz do pânico financeiro após as eleições há um nome e sobrenome: Cristina Kirchner, ex-presidente, líder de uma ala do peronismo, que escolheu Fernández para liderar a chapa presidencial e ficou com a candidatura à Vice-Presidência.

Ela encarna o símbolo de um período (2003-2015) de populismo iniciado por seu falecido marido, Néstor, durante o qual o gasto público da Argentina quase duplicou — passou de 23% para 43% do Produto Interno Bruto, segundo dados do Fundo Monetário Internacional. Como ocorreu em outros países, inclusive no Brasil de Lula e Dilma, o salto nas despesas governamentais ocorreu durante um ciclo de valorização das commodities.

Passada a bonança, veio a conta do desperdício. Cristina entregou a Macri um país falido. Ele errou ao optar pela lassidão com as reformas necessárias ao Estado argentino. Sua política gradualista não foi suficiente para conter a inflação. A consequência política foi o voto de protesto nas primárias, contra a reeleição de Macri.

Pânico em investidores

A simples possibilidade de retorno a uma era de populismo fiscal semeou pânico em investidores e deflagrou uma ascensão inflacionária já percebida nos corredores dos supermercados — a clássica cena de consumidores comprando alimentos para estocar. Inflação não tem partido nem ideologia e seu impacto deverá ser decisivo na eleição presidencial de outubro, tanto para o atual quanto para o futuro governo, seja qual for.

Nos últimos dias cresceu na Argentina uma preocupação adicional, com um suposto plano kirchnerista para dominar o Poder Judiciário, substituindo juízes e procuradores que nos últimos quatro anos investigaram casos de corrupção nos governos Kirchner. A captura de tribunais e de órgãos de controle é item primordial na cesta básica dos governos autoritários. Pode entusiasmar alguns, por algum tempo, mas é essencialmente corrosiva para as instituições de uma sociedade onde a maioria há muito tempo decidiu pela democracia.

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