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Economia Os balanços das empresas brasileiras do agronegócio começaram a refletir os efeitos do “tarifaço” de Donald Trump ainda no primeiro trimestre

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Faturamento de companhias locais cresceu no primeiro trimestre com as disputas entre EUA e China. (Foto: EBC)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou seu “tarifaço” no início de abril, mas a guerra comercial já se desenhava ao longo do primeiro trimestre. Assim, seus impactos apareceram nos balanços das empresas do agronegócio brasileiro nesse período.

Segundo analistas ouvidos pelo Valor Econômico, o efeito inicial foi a alta do dólar que, como consequência, ajudou a impulsionar as receitas de exportação das companhias. A cotação média da moeda americana foi de R$ 5,70, segundo o Valor Data. A alta em relação ao primeiro trimestre de 2024 foi de 13,77% — a cotação média foi de R$ 5,01 nos três primeiros meses do ano passado.

Em um período de plena colheita de grãos no Brasil, outra consequência da guerra comercial foi o aumento dos prêmios para as exportações de soja, além da decisão da China de antecipar suas compras da oleaginosa. O efeito só não foi maior porque parte da produção havia sido vendida antecipadamente.

Aumento de receita

Levantamento do Valor Data mostra que, entre 20 empresas agropecuárias que divulgaram balanços financeiros do primeiro trimestre de 2025, 17 companhias registraram aumento na receita líquida. Somente Heringer, Kepler Weber e Josapar tiveram quedas.

“Acho que [a guerra comercial] é a grande explicação para receitas muito boas, embora em alguns casos os lucros tenham caído em relação ao ano anterior”, disse Gabriel Hartt, analista agro da Terra Investimentos.

Impulso a frigoríficos

Para o especialista, esse movimento do câmbio impulsionou principalmente as empresas de proteína animal. De acordo com a análise do Valor Data, todos os frigoríficos viram aumento nas receitas do primeiro trimestre. O destaque do setor ficou para a Minerva, com variação positiva de 55,8% comparada ao intervalo de janeiro a março de 2024.

A Minerva, inclusive, acelerou os embarques de carne bovina para os EUA dentro da cota isenta de impostos, ainda em janeiro, antecipando-se ao aumento de tarifas pelo governo americano que se confirmou em seguida.

“O imposto, com a mudança do [presidente Donald] Trump foi para [cerca de] 36%, e você mandar o máximo de volume possível dentro da cota faz uma diferença, e foi o que a gente fez”, disse o diretor de finanças e relações com investidores da Minerva, Edison Ticle, em maio, ao comentar os resultados do primeiro trimestre.

No início de abril, o presidente Trump anunciou o tarifaço contra diversos países e para o Brasil foi aplicada uma taxa de importação de 10%. Assim, as vendas de carne bovina fora da cota, que já contavam com uma tarifa de 26,5%, agora pagam 36,5%.

Exportadoras

Na área de grãos, Gabriel Barra, analista do Citi, destaca as companhias produtoras e exportadoras, como a SLC, entre as que se saíram melhor nos balanços.

“Elas se beneficiaram da recuperação da produtividade na cultura de soja devido ao clima mais regular, implicando um menor custo unitário e em maiores volumes de produção, que combinados a preços relativamente estáveis e câmbio mais elevado, resultaram em melhores resultados na comparação ano contra ano”, disse Barra.

Para o especialista do Citi, “começamos a ver alguns efeitos [da guerra comercial] como o aumento do prêmio nos portos pela soja brasileira, contribuindo para a margem do produtor”.

Barra diz acreditar que, nos próximos meses, empresas como as exportadoras de grãos e as produtoras de açúcar e etanol devem continuar se beneficiando desse dólar mais forte e também do clima favorável às lavouras.

“Porém, esperamos que os preços das commodities agrícolas (como açúcar, soja, milho e outros) devem cair no mercado internacional, compensando o efeito da valorização do dólar. Mas é importante ressaltar que grande parte das companhias exportadoras já travou o preço de uma parte relevante das suas vendas para este ano”, acrescentou.

Lucros e margens

Mas se o dólar jogou a favor dos exportadores de um lado, do outro a moeda americana valorizada aumentou os custos das companhias de insumos, ressaltou o analista da Terra Investimentos. Isso ajuda a explicar por que nem todas registraram aumento de lucro no primeiro trimestre.

Sob as métricas de margens e lucros, os desempenhos das empresas do agronegócio nem sempre repetiram o das receitas. Segundo o Valor Data, dez das 20 empresas avaliadas tiveram resultado líquido positivo, com destaque disparado para os frigoríficos.

“Chamou bastante atenção a performance de Marfrig no Brasil, e o mercado de frango, [que foi] positivo tanto para a Seara quanto para a BRF”, ressaltou Guilherme Palhares, analista do Santander. (As informações são do Valor Econômico)

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