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Por Redação O Sul | 25 de julho de 2017
O brasileiro tem jogado para frente, o máximo que pode, o pagamento de suas despesas e um percentual considerado pequeno prefere pagar suas contas em dinheiro aos invés de utilizar outros meios, como cartões de débito e de crédito. É o que mostra a pesquisa “Comportamento do consumidor em relação às formas de pagamento”, do ProconsBrasil, realizada entre os dias 8 e 9 de junho, divulgada com exclusividade para a reportagem. Coordenadora do estudo, Claudia Silvano, do Procon Paraná, disse que o levantamento foi feito por conta da lei que permite preços diferenciados dependendo da forma de pagamento utilizada e serviria para mostrar se houve alguma mudança no comportamento do consumidor a partir da decretação das novas regras.
Os números apontam que, entre os com 865 consumidores, cerca de 85% disse utilizar cartão de débito, enquanto 77,8% fazem uso do cartão de crédito. Embora a justificativa da lei seja possibilitar que se pague um valor menor quando se quita a despesa em dinheiro, apenas 12,1% dos respondentes disseram fazer esta opção quando o fornecedor ou lojista aceita mais de uma forma de pagamento. A maioria ainda prefere pagar com o cartão de débito (45,7%) ou de crédito (41,7%). Apenas 0,5% ainda faz uso do cheque.
Ao justificarem o uso do cartão de débito, 67,8% afirmaram ser pela praticidade; 34% por segurança, e 3,4% pelos benefícios oferecidos pelo seu banco, como descontos em tarifas, milhagem, entre outros. No caso do de crédito, 53,9% afirmaram fazer esta opção devido à possibilidade de pagamento posterior, enquanto 33,5% afirmam que o principal motivo são os benefícios oferecidos pelo seu banco:
“Este foi um dos primeiros dados interessante da pesquisa. A justificativa por optar pelo cartão de crédito é de que usa hoje e joga o pagamento lá para frente, muito mais do que por segurança ou praticidade. Temos consciência de que o consumidor vai continuar lançando mão do cartão de crédito por inúmeras razões, e uma delas é porque não tem dinheiro agora e pode pagar depois.”
Quando questionados sobre se tinham conhecimento sobre as taxas cobradas nas compras com cartão de crédito ou débito, 75,7% disseram que sim, e a maioria dos entrevistados (53,5%) admitiram conhecer as novas regras que permitem a cobrança diferenciada de preços.
Embora a nova lei permita que o fornecedor dê descontos para o pagamento em dinheiro, 51,6% disseram pechinchar quando pagam à vista, com dinheiro vivo. No entanto, entre aqueles que admitiram algumas vezes ou quase nunca pedirem o desconto, 36,2% disseram que não o faziam por achar constrangedor ficar pechinchando.
“Não temos o hábito de pedir desconto porque temos vergonha. Mas temos que mudar esta cultura: se podemos pagar menos em dinheiro, vamos pechinchar. Temos que ter consciência que não é vergonhoso. Não falo da pechincha de grandes valores, mas da comprinha do dia a dia mesmo. Vamos fazer valer nosso direito”, ressalta Claudia Silvano. (AG)