Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 31 de março de 2018
Os diplomatas russos expulsos pelos Estados Unidos no caso Skripal começaram a deixar sua embaixada em Washington na tarde deste sábado (31), saudados por simpatizantes.
Cerca de 50 homens, mulheres e crianças deixaram a embaixada pouco depois das 13h locais (14h no horário de Brasília) em um ônibus azul, provavelmente em direção ao Aeroporto Internacional de Dulles.
Durante a saída, havia música e uma multidão cumprimentou o grupo com um gesto de despedida.
Um segundo ônibus deve deixar a embaixada, que tem vista para a Casa Branca, o Pentágono e outros prédios do governo americano.
As famílias que partiram levavam muitas malas, algumas das quais foram carregadas no ônibus com a ajuda de uma pequena empilhadeira.
O embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, disse a repórteres que “todos os diplomatas que foram declarados persona non grata voltarão para casa junto com suas famílias” neste sábado.
No total, 171 pessoas deixarão o país, informou a agência de notícias estatal TASS, citando Antonov.
Outros países
Além dos Estados Unidos, mais de 20 países – incluindo membros da União Europeia e da Otan – anunciaram a expulsão de mais de 150 diplomatas russos em solidariedade com a Grã-Bretanha pelo envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal e sua filha Yulia em 4 de março na Inglaterra.
Em retaliação, Moscou tomou medidas idênticas contra cerca de 140 diplomatas. Entre os 23 países que tiveram seus embaixadores expulsos da Rússia estão França, Grã-Bretanha, Alemanha, Itália, Canadá e Polônia.
“Eles receberam uma nota que afirma que, em protesto pelas acusações insensatas e as expulsões de diplomatas russos (…), a Rússia declara ‘persona non grata’ a quantidade correspondente de funcionários diplomáticos”, anunciou o ministério em um comunicado.
O caso de envenenamento fez com que, no total, cerca de 300 diplomatas, de ambos os lados, fossem forçados a deixar os países onde estavam destinados.
Envenamento de ex-espião
Londres acusa Moscou pelo envenenamento de ex-espião que delatou agentes russos à Inglaterra, mas o governo russo afirma que é inocente no caso.
O ataque contra Skripal, de 66 anos, e sua filha, Yulia, provocou uma deterioração nas relações de Moscou com o Ocidente como não se via desde a Guerra Fria. Londres diz que o envenenamento foi por um agente nervoso dos tempos soviéticos deixado na porta da casa da família na Inglaterra.
O hospital em que Yulia está internada informou que seu estado melhora rapidamente, enquanto seu pai permanece em estado crítico, mas estável. O ex-espião Skripal, de 66 anos, foi coronel do serviço de inteligência militar russo e delatou agentes russos ao Reino Unido, sendo mais tarde beneficiado por um acordo de troca de espiões.