Sábado, 14 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 20 de junho de 2020
O Instituto Nacional de Saúde dos EUA interromperam um ensaio clínico para avaliar a segurança e a eficácia do hidroxicloroquina, um medicamento contra a malária, para o tratamento de pacientes Covid-19 hospitalizados.
O estudo constatou que a hidroxicloroquina, que o presidente Donald Trump sempre elogiou como um possível tratamento, não proporcionou nenhum benefício aos pacientes, apesar de não causar danos, disse a agência em comunicado.
No início desta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o estudo com a hidroxicloroquina, em seu amplo teste em países para tratamentos para pacientes com Covid-19, foi interrompido após novos dados e estudos não mostrarem benefício.
A agência reguladora de medicamentos dos EUA, a FDA, revogou sua autorização de uso emergencial para a hidroxicloroquina no tratamento do Covid-19 na segunda-feira (15).
Trump havia promovido a droga como um tratamento potencial, afirmando em março que poderia ser “uma das maiores mudanças na história da medicina” quando usada em combinação com o antibiótico azitromicina.
No mês passado, em um anúncio surpresa, Trump disse que estava tomando hidroxicloroquina de forma preventiva depois que dois assessores da Casa Branca tiveram diagnóstico positivo para o novo coronavírus que causa o Covid-19.
O Instituto Nacional de Saúde dos EUA anunciou em abril o seu teste com a hidroxicloroquina, usada no tratamento da malária e de doenças reumatóides, como a artrite.
Grupo suíço
O grupo farmacêutico suíço Novartis anunciou o fim de um teste clínico sobre a hidroxicloroquina para tratar os pacientes de Covid-19. Segundo a empresa, o motivo é a falta de participantes, informou a agência France Presse.
Em um comunicado, a Novartis explica que tomou a decisão de “deter e encerrar um teste clínico com hidroxicloroquina contra a Covid-19” pelas graves dificuldades de contratação dos participantes, o que tornou “impossível” finalizar o estudo. Em 20 de abril, o grupo anunciou um acordo com a agência americana de medicamentos, a Food and Drug Administration (FDA), para organizar testes clínicos de fase 3 da hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados por Covid-19.
Os testes tinham como objetivo avaliar o uso do tratamento em 440 enfermos em uma dezena de cidades nos Estados Unidos. Mas, em 15 de junho, as autoridades de saúde americanas retiraram a autorização do uso em caráter de urgência de dois tratamentos contra a Covid-19, a cloroquina e a hidroxicloroquina, que o presidente Donald Trump chegou a defender durante algum tempo.
A FDA anunciou, em 28 de março, a autorização para a prescrição destes tratamentos contra a malária, apenas no hospital, a pacientes infectados pelo novo coronavírus.
A polêmica sobre a eficácia da hidroxicloroquina passou da área científica e entrou no debate político. A Organização Mundial da Saúde (OMS) suspendeu pela segunda vez testes com este tratamento e chegou à conclusão de que o fármaco eficiente no tratamento contra a malária não reduz a taxa de mortalidade dos pacientes hospitalizados de Covid-19.