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Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2018
Os gastos de brasileiros no exterior em viagens chegaram a US$ 19 bilhões em 2017, informou nesta sexta-feira (26) o BC (Banco Central). A despesa é a maior desde 2014, quando foram gastos em viagens ao exterior US$ 25,6 bilhões.
As receitas, ou seja, gastos de estrangeiros em viagens ao Brasil foram US$ 5,8 bilhões, menor que os gastos dos brasileiros. Com isso, o saldo em viagens ficou negativo no ano passado, chegando a um déficit US$ 13,2 bilhões. Trata-se também do maior saldo negativo desde 2014, quando essa conta fechou com um déficit de US$ 18,7 bilhões.
Os dados das viagens internacionais fazem parte da conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos, seguros, entre outros) das transações correntes.
No ano passado, os serviços fecharam com um déficit de US$ 33,8 bilhões, o maior desde 2015, quando chegou a US$ 36,9 bilhões negativos.
“A maioria das rubricas de serviços têm apresentado crescimento de déficit, mostrando, de fato, que é disseminada uma maior demanda por serviços importados”, diz o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha.
A conta de serviços faz parte das transações correntes, ou seja, as contas externas do País, que em fecharam 2017 com saldo negativo. O déficit em transações correntes, que são as compras e as vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do País com o mundo, ficou negativo em US$ 9,8 bilhões. O déficit, é o menor desde 2007, quando o País registrou saldo positivo de US$ 408 milhões.
Cartões pré-pagos
O uso de cartões pré-pagos por brasileiros no exterior cresceu 55% em dezembro de 2017 contra igual mês de 2016. Com tendência de alta ainda maior para 2018, movimento foi impulsionado pela recuperação econômica e pela maior estabilidade do câmbio.
De acordo com o CEO da Acesso, Paulo Kulikowsky, o crescimento dessas despesas internacionais com plásticos pré-pagos acontece, não apenas nos picos sazonais normais de férias, mas ao longo de todo um ano.
“Os brasileiros estão consumindo mais em geral e isso tem favorecido o segmento. Não só o uso dos cartões no exterior avançou 55%, mas a base de clientes também cresceu na mesma proporção”, avalia o executivo, reforçando que um fator motivacional é também a facilidade do cartão pré-pago, como o maior controle de gastos, a agilidade na recarga e também a possibilidade do uso do cartão para várias moedas estrangeiras diferentes.
“Nos picos sazonais, o crescimento é ainda maior por causa disso. Em julho de 2017 contra o mesmo mês de 2016, por exemplo, a alta chegou a 130%”, acrescenta.
Nessa linha, os reflexos foram positivos não apenas nas compras internacionais, mas no ambiente doméstico.
De acordo com os últimos dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços, o volume dessas despesas com cartões de crédito chegou a R$ 7,477 milhões no terceiro trimestre de 2017, avanço de 26,7% em relação a igual período do ano anterior, de R$ 5,902 milhões.