Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editoriais de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Pode ser interina, mas agora temos uma mulher “bela, recatada e do lar” no Palácio do Planalto. Falha minha, não sei o nome da esposa do capitão da seleção de ministros que desde o dia 14 representam a esperança de milhões de brasileiros. Um dado importantíssimo, revelado por O Globo, considerando-se o motivo (indícios de corrupção) do impeachment da presidenta eleita com o meu voto e os de mais de 54 milhões de eleitores: além do presidente interino Michel Temer, sete de seus ministros são citados e dois já investigados pela força-tarefa de Curitiba (PR). Henrique Eduardo Alves, Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima, todos do PMDB, não tinham foro privilegiado (porque não ocupavam cargo eletivo), mas o adquiriram ao assumir, respectivamente, os ministérios do Turismo, da Casa Civil e da secretaria de Governo.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal), no dia 7 deste mês, um parecer pela anulação da posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Casa Civil da Presidência. “A nomeação e a posse foram mais uma dessas iniciativas, praticadas com a intenção, sem prejuízo de outras potencialmente legítimas, de afetar a competência do juízo de primeiro grau e tumultuar o andamento das investigações criminais no caso Lava-Jato”, disse Janot no documento. Quer dizer que, agora, nove citados e indiciados pela legítima operação Lava-Jato puderam assumir, sem qualquer óbice de sua excelência o procurador-geral, selecionando os supostos corruptos: os meus e os seus.
Para quem acompanha a política, nesses primeiros dias de interinidade já ficou claro que “o buraco é mais embaixo”. Temer vem, de cara, tendo que administrar interesses primários, mesquinhos e partidários. A sua lua-de-mel com os apoiadores terá duração meteórica. Ontem, em entrevista longa ao Globo, FHC já antecipou que o PSDB vai pular do barco se ele não conseguir aprovar matérias de peso da pauta que garantiu o golpe: “O partido está ciente desse risco. Não estamos em um momento qualquer do Brasil. Acho que o PSDB tem que dar a cara. Se desse mais, acharia melhor. Aécio [Neves] teve 50 milhões de votos. Ele podia pedir mais [espaço]. Não teve condição por causa do enxugamento da máquina. Se o governo não funcionar, [o PSDB] cai fora”.
Fala sério, amigo leitor: você acha que Temer vai conseguir maioria no Congresso Nacional para aprovar as chamadas “pautas-bombas” de que dizia a imprensa sobre as propostas que Dilma tentou, em um ano eleitoral? Quase ninguém fala que estamos perigosamente perto de eleições municipais. Os partidos aliados do golpe vão pular rapidamente do barco para garantir as bases. Como vão justificar aos trabalhadores de seus municípios o fim de parte da CLT? Como explicar aos aposentados e aposentandos que os benefícios serão desvinculados do salário mínimo? E outros programas que serão extintos?
Para concluir: ouvindo a Rádio Continental FM, eu soube que a primeira-dama se chama Marcela e que ela tem concorrentes. Daniela Lima Barbalho, casada com Helder Barbalho, ministro da Integração Nacional; Janine Salles, mulher de Leonardo Picciani, dos Esportes; e Laurita Arruda, esposa de Henrique Eduardo Alves, do Turismo. Elas atuam junto aos maridos e são capazes de roubar a cena em um evento oficial, como já aconteceu com Marcela durante a posse do primeiro mandato de Dilma. Saiba quem são as beldades, acessando o portal www.osul.com.br – elas são gatíssimas e poderosas!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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