Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 24 de janeiro de 2019
A FANB (Força Armada da Venezuela), considerada o principal apoio de Nicolás Maduro, denunciou a autoproclamação do líder do Legislativo, Juan Guaidó, como presidente interino do país, como um “golpe de Estado” e afirmou que Maduro é o “presidente legítimo”.
A declaração foi dada pelo ministro da Defesa, Vladimir Padrino, ao lado da cúpula militar venezuelana. Padrino disse que os Estados Unidos e outros países travam uma guerra econômica contra a Venezuela.
Pelo Twitter, Padrino citou “interesses obscuros”: “O desespero e a intolerância atentam contra a paz da Nação. Os soldados da Pátria não aceitam um presidente imposto à sombra de interesses obscuros, nem autoproclamado à margem da Lei. A FANB defende nossa Constituição e é garantidora da soberania nacional”, escreveu.
Guaidó, deputado de 35 anos que assumiu a presidência do Parlamento, se autoproclamou presidente interino da Venezuela na quarta-feira (23) diante de uma multidão que foi às ruas de Caracas para exigir a saída do presidente Nicolás Maduro e a convocação de eleições.
Diversos países cujos governos condenam o regime de Nicolás Maduro reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela. Diante da situação, Maduro pediu “máxima disciplina” da Força Armada: “Força Armada Nacional Bolivariana a meu comando, máxima união, máxima disciplina, que esta vamos vencer”, disse Maduro em discurso do balcão do Palácio Presidencial de Miraflores. “Leais sempre, traidores nunca!” – gritou Maduro após pedir o apoio dos militares.
O Parlamento, cujas decisões são ignoradas desde 2016 pela justiça (alinhada ao chavismo), declarou há uma semana Maduro como “usurpador” da presidência. Na segunda-feira, um grupo de 27 militares protagonizou uma breve revolta, mas foram detidos em um quartel de Caracas.
Rússia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, telefonou para Nicolás Maduro nesta quinta-feira (24). O líder russo afirmou que apoia “as autoridades legais” da Venezuela e deseja continuar a cooperação “em várias esferas” entre os dois países.
Mais cedo, o primeiro-ministro russo, Dimitri Medvedev, chamou de “quase-golpe” a declaração de Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. “Vimos que outro chefe de estado é ‘escolhido’ na praça mais uma vez, contrariamente à constituição”, escreveu Medvedev, no Twitter.
A Rússia é um dos países que repudiaram a proclamação de Guaidó como presidente interino da Venezuela. Além do Kremlin, os governos dos seguintes países reiteraram apoio a Nicolás Maduro: Cuba; México; Bolívia; Nicarágua; Turquia; China; Irã.
Do outro lado, países reconheceram o ato de Guaidó como legítimo. São eles: Brasil; Estados Unidos; Argentina; Canadá; Chile; Colômbia; Costa Rica; Equador; Guatemala; Honduras; Panamá; Paraguai; Peru e Reino Unido