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Brasil Os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados recusaram um convite para encontrar o presidente Jair Bolsonaro

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Para presidente, lei da telemedicina não traz requisitos de segurança eletrônica. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), recusaram um convite para encontrar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite de quinta-feira (2). Em vez disso, jantaram com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

O convite foi feito pelo ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), pouco antes de Bolsonaro, em entrevista à Jovem Pan, afirmar que está “faltando humildade” a Mandetta.

Sem combinar, Maia e Alcolumbre rejeitaram o convite para encontrar com o chefe do Executivo.

Segundo relatos de pessoas próximas aos dois congressistas, o presidente do Senado se recusou porque não havia uma pauta clara para o encontro, e Alcolumbre acabou de se recuperar da Covid-19.

Além disso, como o convite foi feito por Ramos, e não pelo próprio presidente, o senador entendeu o gesto muito mais como uma tentativa de articulação por parte do ministro do que uma vontade de Bolsonaro.

Já o presidente da Câmara, de acordo com relatos de aliados, entendeu que seria uma reunião ruim pois Bolsonaro insiste na tese de flexibilizar o isolamento social. Para evitar constrangimentos, Maia também disse não.

​Logo depois, os chefes do Legislativo receberam Mandetta em um longo jantar na residência oficial da presidência do Senado.

O ministro da Saúde e o presidente da República vivem momento conflituoso por divergirem em assuntos como o isolamento social e o uso da hidroxicloroquina, medicamento que ainda está sendo testado e vem sendo usado no tratamento de casos graves de infectados por coronavírus.

Pesquisa Datafolha feita de quarta-feira (1º) a sexta (3) mostra que a aprovação da condução da crise do novo coronavírus pelo Ministério da Saúde disparou, e já é mais do que o dobro da registrada por Bolsonaro.

Na rodada anterior, feita de 18 a 20 de março, a pasta conduzida por Mandetta tinha uma aprovação de 55%.

Agora, o número saltou para 76%, enquanto a reprovação caiu de 12% para 5%. Foi de 31% para 18% o número daqueles que veem um trabalho regular da Saúde.

Já o presidente viu sua reprovação na emergência sanitária subir de 33% para 39%, crescimento no limite da margem de erro. A aprovação segue estável (33% ante 35%), assim como a avaliação regular (26% para 25%).

No jantar, Maia e Alcolumbre disseram a Mandetta que ele tem total apoio do Congresso Nacional.

Na sexta, o presidente da Câmara chegou a dizer em uma videoconferência promovida pelo jornal Valor Econômico que, apesar dos ataques, Bolsonaro não tem coragem de demitir Mandetta e mudar a política de enfrentamento ao coronavírus.

“É fundamental que, no meio do processo [de enfrentamento à doença], a gente não tenha uma perda de um nome como o do Mandetta”, disse Maia.

Segundo ele, uma eventual substituição mudaria a política do Ministério da Saúde e significaria que Bolsonaro não acredita no que o ministro está fazendo.

“Ao mesmo tempo, ele não tem coragem de tirar o ministro e mudar oficialmente a política. Ele fica numa posição dúbia.”

Mais tarde, antes do início da votação da PEC (proposta de emenda à Constituição) que segrega o Orçamento, voltou a defender Mandetta.

Ao comentar o resultado do Datafolha, que apontou crescimento na aprovação do Ministério da Saúde ante o presidente Bolsonaro, Maia afirmou que a pesquisa mostra que a sociedade brasileira está compreendendo o que representa a pandemia e o trabalho comandado por Mandetta.

“[É uma demonstração da] condução firme, transparente e muito objetiva e corajosa do ministro Mandetta, que vem tocando com muita competência o ministério, da mesma forma que fez na secretaria municipal em Campo Grande, como fez quando deputado”, defendeu.

Maia também sinalizou que o Congresso está atento às movimentações de Bolsonaro no sentido de flexibilizar o isolamento social.

“Todos os decretos do governo são muito bem analisados pelos partidos, lideranças, mesa da Câmara, mesa do Senado. E algum que tenha divergência em relação ao papel que tem um decreto do presidente sempre pode ser avaliado e discutido e rejeitado pelo Parlamento”, afirmou.

A impressão que ficou para Maia e Alcolumbre após cerca de cinco horas de jantar é que Mandetta está cansado, claramente esgotado física e mentalmente, mas não pretende deixar o posto.

Assim como o próprio ministro tem dito publicamente, ele só sairá do cargo por vontade do presidente. Bolsonaro teria assim de arcar com o ônus de sacar alguém mais popular do que ele e que tem aprovação inclusive em sua bolha de apoiadores.

A disputa que o presidente tem travado com Mandetta isola Bolsonaro dentro do próprio governo. Nos últimos dias, ministros como Sérgio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) deram declarações reforçando a importância do isolamento contra o coronavírus.

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