Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2017
Os R$ 500 mil dados por Joesley Batista ao deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) ainda não foram localizados. O parlamentar foi filmado pela PF (Polícia Federal) recebendo uma bolsa com o dinheiro enviado pelo empresário, após combinar um pagamento semanal. A ideia dos investigadores era monitorar para onde o dinheiro seria levado, mas ao contrário do que se pensava até agora, não havia um chip na mala dada a Loures. O uso do dispositivo foi considerado arriscado porque poderia ser encontrado.
Durante o depoimento de delação premiada, o dono da JBS/Friboi contou que o dinheiro entregue a Rocha Loures era pagamento de propina em troca de solução para problemas que a empresa tinha no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Segundo o delator, o deputado foi indicado pelo presidente Michel Temer para ser o interlocutor entre o governo e o empresário, a pedido do próprio dono da JBS, que solicitou um nome para manter contato.
A entrega de R$ 500 mil para Rocha Loures, feita por Ricardo Saud, diretor da JBS, ocorreu em São Paulo. Depois de passar por três endereços em um mesmo encontro (um café em um shopping, um restaurante e uma pizzaria), Loures deixa a pizzaria levando uma mala preta com o dinheiro.
Conforme gravações, em uma das conversas de Rocha Loures com Ricardo Saud, diretor da JBS, o deputado concorda em apresentar uma prévia do relatório da Medida Provisória do Refis, que ainda não era público, para o diretor da JBS.
Após a denúncia, Rocha Loures foi afastado da Câmara dos Deputados, por determinação do ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal).