Brasil Os responsáveis pela campanha de Bolsonaro vão consultar a Justiça Eleitoral sobre a possibilidade de que ele seja substituído nos debates pelo vice da chapa, o general da reserva Hamilton Mourão
Por Redação O Sul | 11 de setembro de 2018
No início da tarde dessa terça-feira, o general da reserva Hamilton Mourão, candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro na disputa pelo Palácio do Planalto, disse que o comando da campanha do PSL consultará o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). O objetivo é buscar informações sobre a possibilidade da sua participação nos debates na TV, em substituição ao titular, que ainda se recupera da cirurgia após a facada sofrida no abdômen durante um ato político em Juiz de Fora (MG) na última quinta-feira.
Mourão esteve em Brasília para uma reunião com aliados. “A gente pode solicitar se o Tribunal autoriza”, frisou em entrevista à imprensa. “Porque vamos lembrar da situação do PT, apesar de serem situações distintas”, disse referindo-se à impossibilidade de Fernando Haddad participar dos debates e entrevistas no lugar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso desde abril em Curitiba (PR) – nessa teça-feira, porém, Haddad tornou-se candidato “oficial”.
Durante a conversa com repórteres no aeroporto da capital federal, Mourão disse que manterá as atividades que estavam previstas pela campanha de Bolsonaro, tais como encontros com empresários e produtores rurais. Em seguida, ele embarcou para o Paraná, a fim de cumprir agenda eleitoral em Cascavel e Londrina. Na semana que vem, ele estará no interior de São Paulo para marcar presença na região, uma das bases do presidenciável Geraldo Alckmin (PSDB).
O general da reserva ressaltou, ainda, que não substitui Bolsonaro em atividades de rua. “Esse negócio de eventos de rua, de ser carregado pelos ombros, não pertence a mim. Eu não sou um cara de rua, o cara de rua é Bolsonaro, o líder de massa.” Ele também relatou que a equipe do PSL discute estratégias a serem tomadas na reta final da corrida ao Planalto.
Negação
Mourão lançou dúvidas sobre pesquisas de intenções de voto que apontam grandes índices de rejeição do eleitorado a Jair Bolsonaro. “Eu tenho desconfiança sobre isso, pois em todo lugar que vou, converso com pessoas das mais diferentes camadas sociais e não vejo essa rejeição seja tão grande assim”, opinou, antes de baixar a bola em relação ao questionamento: “Não vou dizer que a pesquisa está errada, pois seria uma leviandade. Mas prefiro esperar um pouco mais”.
Sobre o tom da campanha presidencial de sua chapa após o ataque a Bolsonaro em Juiz de Fora, Mourão declarou que a fase, agora, é de rebater os discursos adversários. “Temos que ter um discurso de desconstruir algumas coisas que foram colocadas, como aquela questão das mulheres e da violência. Colocaram que Bolsonaro não respeita as mulheres, por exemplo, então é preciso desconstruir isso”, salientou.
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