Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2018
Visitadas diariamente por 4 milhões de gaúchos e presentes em 100% dos municípios do RS, as lojas de supermercados continuam sendo um dos mais fiéis termômetros das oscilações da economia. Na quarta-feira (18), o presidente da Agas (Associação Gaúcha de Supermercados) Antônio Cesa Longo revelou os detalhes do Ranking Agas 2017, estudo que contemplou as 226 maiores companhias do setor no RS para mapear o desempenho dos supermercados do Estado no ano passado e apontar alguns dos novos hábitos de consumo e mudanças no comportamento dos gaúchos em frente às gôndolas.
A pesquisa mostra que o setor alcançou um faturamento de R$ 30,2 bilhões em 2017 no Rio Grande do Sul, um crescimento nominal de 5,4% que, deflacionado pelo IPCA/IBGE, representa um crescimento real de 2,4% em relação a 2016. Juntas, as 226 companhias participantes do estudo faturaram R$ 24,1 bilhões em 2017 – 79,8% desse total. A partir do levantamento, a Agas concluiu que o setor supermercadista gaúcho finalizou o ano de 2017 com 8,5 % de participação nas vendas do setor no País, 4,6 mil lojas e 97.734 funcionários. Segundo os indicadores, além de crescer em representatividade dentro do setor supermercadista brasileiro, o segmento de autosserviço gaúcho também aumentou sua participação no PIB do Estado de 6,9% em 2016 para 7,2% em 2017.
A pesquisa também consultou os supermercadistas participantes sobre as possibilidades de investimento ao longo de 2018. Ao todo, 29 empresários afirmaram que certamente irão inaugurar novas lojas neste ano, aportando um investimento total de R$ 110 milhões nestes novos projetos. O Ranking Agas 2017 também ouviu os gestores do setor sobre outros investimentos para 2018: R$ 110,1 milhões em novas lojas; R$ 74,4 milhões em reformas; R$ 13,9 milhões em perdas; e R$ 12,2 milhões em TI.
Concentração
A concentração de mercado das dez maiores companhias do setor se manteve estável, no Rio Grande do Sul, em relação a 2016: juntas, estas dez maiores empresas supermercadistas somaram um faturamento de R$ 15,9 bilhões, representando 52,8% do total vendido nos caixas dos supermercados gaúchos em 2017 – em 2016, as “Top 10” representavam 52,6% do faturamento total. Com relação à empregabilidade, entretanto, as 10 maiores ganharam representatividade: a participação dos 10 primeiros do Ranking na contratação de mão de obra é de 47,8% (contra 45,1% em 2016), com 46,7 mil colaboradores.
Pela segunda vez, o Ranking Agas perguntou às empresas entrevistadas qual é o percentual de lucro líquido das companhias do setor sobre o faturamento total contabilizado. Segundo o estudo, a média de lucro líquido dos supermercados gaúchos em 2017 foi de 1,8% sobre o faturamento total – ante 1,6% no ano de 2016. “Este número vem ao encontro da eficiência, redução de desperdícios e produtividade que o setor está buscando. Enxugar a operação não significa reduzir serviços, mas aprimorar os processos”, explica Longo.
Preocupados em fugir do endividamento, os consumidores gaúchos evitaram adiar os pagamentos e sobretudo parcelar suas compras em 2017. O Ranking Agas 2017 mostra uma mudança substancial nos hábitos de compras dos clientes dos supermercados, já que o cartão de crédito perdeu quase 3% das vendas. “100% dos supermercados gaúchos aceitam cartões ou outros meios eletrônicos de pagamento, que dão maior segurança para o consumidor e para as empresas. Hoje, o dinheiro representa apenas um terço das vendas”, percebe Longo.