Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 26 de janeiro de 2018
Atenção: se você vir passando pelo seu Feed do Facebook uma publicação patrocinada usando notícias do portal IG sobre a condenação do ex-presidente Lula, com a promessa de um vídeo mostrando sua prisão, fique sabendo que esse é o mais novo golpe que está rolando na rede social.
Segundo a Kaspersky Lab, a campanha maliciosa esconde um trojan bancário, que é instalado no computador do usuário assim que ele clica no link que promete executar o vídeo. O arquivo se chama “acompanhe.exe”. A empresa alerta que “os cibercriminosos brasileiros costumam usar temas que estão na mídia, onde há muita repercussão, explorando a curiosidade das pessoas que querem se informar para assim disseminar códigos maliciosos”, nas palavras de Fabio Assolini, analista sênior de segurança da Kaspersky.
Para o analista, a facilidade de se publicar anúncios patrocinados no Facebook impulsona esse tipo de golpe, já que a rede social não investiga se o anúncio é malicioso antes de sua publicação, fazendo-o somente após denúncias de usuários. O criminoso pode pagar a campanha com um cartão de crédito roubado para não ser identificado.
“Os criminosos criam as páginas e anexam arquivos maliciosos nela, geralmente em formato .ZIP, disseminando links que apontam para este arquivo hospedado no Facebook. Para o criminoso é vantajoso, pois se trata de uma hospedagem gratuita. Além disso, essas campanhas maliciosas enganam muitas pessoas já que link recebido realmente aponta para o site da rede social”, explica Assolini.
Voltando ao vídeo da suposta prisão de Lula, que, na verdade, é o arquivo executável que instala o trojan, esse arquivo foi hospedado em um servidor da prefeitura de uma cidade do Rio Grande do Sul, mas, após alerta, foi rapidamente removido. Contudo, vale desconfiar de publicações pagas no Facebook que prometem coisas como um vídeo do ex-presidente sendo preso, uma vez que, apesar de condenado, não chegou a ser detido.
Prisão
Mesmo que a condenação de Luiz Inácio Lula da Silva na Operação Lava-Jato, no caso do triplex no Guarujá (SP), e o aumento de sua pena para 12 anos e um mês de prisão em regime fechado tenham sido confirmadas por unanimidade pelos desembargadores do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), em Porto Alegre, o ex-presidente não deve ser preso imediatamente.
Isso porque a defesa de Lula pode ainda apelar para os chamados os embargos de declaração, utilizados pela parte como pedido de esclarecimento da decisão.
Em tese, o cumprimento da pena de Lula deve ocorrer quando se esgotarem os recursos no TRF-4. O advogado Cristiano Vilela, membro da comissão de direito eleitoral da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo) pondera, entretanto, que as chances de Lula ser preso imediatamente são muito baixas – e a defesa do ex-presidente ainda pode recorrer a instâncias mais altas do poder judiciário, como o STJ (Superior Tribunal de Justiça) e o STF (Supremo Tribunal Federal). “Com certeza haverá este pedido de embargo de declaração pela defesa do ex-presidente. Esses embargos são pedidos pela defesa com o efeito de aclarar obscuridades e omissões. Em um caso como este, grandioso e com muitos elementos, é natural que haja algum ponto que não tenha ficado muito claro.“