Quinta-feira, 21 de agosto de 2025
Por Flavio Pereira | 21 de agosto de 2025
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Em meio à inércia do Governo Federal em abrir uma negociação com o presidente Donald Trump para rever o tarifaço de 50% imposto a produtos brasileiros exportados, o deputado federal Osmar Terra (PL) faz uma observação. Na sua avaliação, o presidente Lula não vai negociar com Trump “porque necessita desesperadamente arrumar um inimigo externo, para desviar a atenção da nossa tragédia econômica”. Terra explica:
“Alguém imagina o que é uma dívida de 9,4 trilhões de reais (1 trilhão e setecentos bilhões de dólares)? Pois é, embora não consigam imaginar, é a dívida que o Governo Lula está nos deixando e que todos nós teremos de pagar. Soma isso a um juro de 15% ao ano e a uma inflação subindo para quase o dobro da meta prevista. Esse é o desastre que o descontrole das contas públicas está deixando para todos os brasileiros”, afirma.
Pesquisa aponta polarização na disputa ao Palácio Piratini
A recente pesquisa do Instituto Méthodus para o Governo do Rio Grande do Sul mostra que o confronto entre esquerda e direita, que quase aconteceu em 2022 entre Onyx Lorenzoni (PL) e Edegar Pretto (PT), e que não ocorreu porque Eduardo Leite chegou ao segundo turno, derrotando o petista pela diferença de apenas 2.441, poderá ocorrer em 2026. A pesquisa divulgada na terça-feira mostra Edegar Pretto com 38,1% dos votos e Zucco, com 31,6% distantes dos demais pré-candidatos: Juliana Brizola (PDT) com 12,3%, e Gabriel Souza (MDB) 7,8%. Covatti Filho, do PP aparece com 5%.
A lenda dos grandes partidos
Pelo menos nesta amostragem, a pesquisa desfaz a lenda de que grandes partidos são favoritos para vencer a eleição. MDB e PP, os maiores partidos no estado, não conseguem transferir sua força para os seus candidatos, Gabriel Souza e Covatti Filho.
Em dia de derrotas no Congresso, governo Lula perde controle da CPMI do INSS
O governo Lula foi derrotado ontem nas indicações do comando da CPI Mista do INSS. A oposição derrotou os nomes indicados pelos presidentes do Senado e da Câmara, alinhados com o governo, e elegeu Carlos Viana (Podemos-MG) para a presidência da CPI mista. Ele, então, indicou Alfredo Gaspar (União Brasil-AL) como relator. Com isso, a investigação do escândalo bilionário, que já derrubou o ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), fugiu ao controle do governo.
Só dois gaúchos na CPI
O Rio Grande do Sul não terá nenhum senador na composição da CPI. Mas os deputados federais Paulo Pimenta (PT) e Marcel van Hattem (Novo) figuram na lista de membros titulares da comissão.
Em outra derrota, oposição aprova no Senado, voto impresso nas eleições
Em outra derrota para o governo, a oposição da Comissão de Constituição e Justiça do Senado aprovou ontem, por 14 votos a 12 e uma abstenção, um destaque ao texto do novo Código Eleitoral que permite o voto impresso nas eleições. O tema foi debatido pelo colegiado nos últimos meses, mas não foi incluído no texto-base do projeto por falta de consenso quanto ao tema.
Presidente da ABPA, Ricardo Santin projeta cenário positivo para produção e exportação de proteína animal
Em manifestação enviada a esta coluna, o presidente da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), Ricardo Santin avalia que o Brasil deve registrar desempenhos positivos em produção e exportações de proteína animal.
Após um semestre marcado pela superação do maior desafio setorial já imposto às proteínas – a identificação de uma situação sanitária pontual de uma enfermidade de nível global, a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade – as projeções indicam a perspectiva setorial de retomada do cenário de normalidade, de acordo com presidente da ABPA, Ricardo Santin. Ele falou para a imprensa ontem em São Paulo.
“Temos expectativas positivas para o fechamento deste ano, mesmo diante do grande desafio vivenciado pelo setor produtivo de aves. O mercado global segue altamente demandante por proteínas. O mesmo é visto em nosso mercado interno, com projeções de alta de consumo nas três proteínas”, avalia o presidente da ABPA.
Imbróglio judicial com prédio em Porto Alegre preocupa investidores de fundos imobiliários
Um caso que aguarda julgamento pelo colegiado da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul é visto com expectativa por investidores de várias partes do país. O caso envolve um imóvel em Porto Alegre, que está no centro de uma disputa judicial. O empreendimento é o Life.co, no bairro Jardim do Salso. A obra foi viabilizada com a emissão de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) pela securitizadora HabitaSec, de São Paulo. Os valores das vendas das unidades deveriam ser depositados em uma conta centralizadora, como determina a legislação para o reembolso dos investidores. No entanto, a HabitaSec afirma que vários dos apartamentos negociados tiveram os recursos desviados para outras contas – e os investidores não foram pagos. A securitizadora vem tentando recuperar os recursos, executando as garantias – no caso, os apartamentos. Um leilão extrajudicial chegou a ser marcado para janeiro, mas foi suspenso em decisão de primeiro grau. A HabitaSec obteve efeito suspensivo junto ao Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e, assim, o leilão foi remarcado para o dia 8 de agosto. No entanto, nova decisão monocrática determinou que isso aconteça apenas quando o caso for julgado pelo colegiado da 17ª Câmara Cível do TJRS.
“É uma situação que traz uma enorme insegurança jurídica, que pode encarecer ou até mesmo afastar investimentos no Estado. Os CRIs são muito usados para financiar a construção de imóveis, mas temos este caso em que uma incorporadora desvia os valores que deveriam ser destinados aos investidores – e o tema se arrasta na Justiça. Ninguém quer financiar algo com esse nível de risco. Ao final, isso poderá encarecer os empreendimentos no estado”, adverte o advogado Tiago Munoz, que representa a HabitaSec.
* Instagram: @flaviorrpereira
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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