Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 31 de julho de 2017
O deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS), um dos vice-líderes do governo na Câmara, afirmou, na noite de domingo (30), que a estratégia da base de Michel Temer será marcar presença na sessão destinada à votação da denúncia contra o presidente.
O peemedebista falou após participar de um encontro com Temer e outros aliados no Palácio da Alvorada, em Brasília. A reunião foi realizada para que o governo tratasse das últimas estratégias para a votação, marcada para a quarta-feira (02). “Todo mundo vai dar presença. Essa foi a orientação”, disse Perondi.
Ele afirmou ainda que, no encontro, a base também discutiu a previsão do número de votos que Temer terá na quarta. Segundo Perondi, a situação de Temer “melhorou” nos últimos dias. “Discutimos os números e a conclusão foi boa. Melhorou. […] A ideia é não dizer número. Estamos animados, mas sem salto alto”, complementou.
Questionado sobre se o presidente estava “tranquilo” para a votação, o deputado do PMDB respondeu: “Ele voltou faceiro do Rio. Animadíssimo”. Temer recebeu uma contagem de votos “realista” para a sessão de quarta.
O mapeamento feito por ministros e integrantes da tropa de choque do presidente calcula que ele terá cerca de 250 votos favoráveis na votação. O número é menor do que os 280 votos, anunciados pelo governo nos últimos dias, mas suficiente para barrar o prosseguimento da denúncia ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Viagem ao Rio
Antes da reunião com aliados, o presidente Michel Temer foi ao Rio de Janeiro em mais um ato para tentar impor uma agenda positiva antes da análise da denúncia de corrupção. A ida ao Rio incluiu uma visita ao comando das operações federais de segurança pública em território fluminense. Na semana passada, Temer assinou decreto que autorizou o uso do Exército, da Marinha e da Aeronáutica na segurança ostensiva do Rio de Janeiro para tentar controlar a escalada da violência no Estado.
O ministro da casa Civil, Eliseu Padilha, disse que é muito cedo para falar em placar, embora muitos estejam fazendo estimativas. “Nós do governo estamos prontos para votar. Mas se na quarta-feira a oposição obstruir e não der quórum de 342, o problema não é nosso. Eles é que querem aprovar a denúncia, então têm que garantir o quórum para votação. Se não o fizerem até 31 de dezembro de 2018, o que estará valendo é a decisão da Comissão de Constituição e Justiça, que rejeitou a denúncia da PGR”, declarou.
A denúncia da Procuradoria
Com base nas delações de executivos do grupo J&F, que controla a JBS, Temer foi denunciado ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República por corrupção passiva. O STF só poderá analisar a denúncia, porém, se a Câmara autorizar. Para o processo seguir para a Corte, são necessários os votos de pelo menos 342 deputados contra Temer. (AG)