Sábado, 08 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2015
A Igreja Católica italiana destituiu do cargo de padre na quarta-feira o religioso Gino Flaim, 75 anos, após ele afirmar que as crianças eram em parte responsáveis pelos casos de pedofilia envolvendo religiosos. Ele disse que compreende alguns padres que cometem o crime. A diocese da cidade de Trento comunicou que Flaim foi removido da posição que ocupava na paróquia, além de ficar proibido de pregar.
“Infelizmente, há crianças que procuram afeto, porque eles não têm em casa e se encontram algum padre, este pode cair em tentação. Eu entendo isso”, declarou o religioso em entrevista ao canal italiano La 7. Perguntado se as crianças eram em parte responsáveis pelos casos de pedofilia, Flaim respondeu: “Em muitos casos, sim”.
Em comunicado, a diocese afirmou que os comentários do padre não refletem a posição dela sobre o abuso sexual de crianças e contradiz o “sentimento de toda comunidade católica” sobre esse tipo de escândalo. A declaração de Flaim é mais um acontecimento que joga pressão sobre o Sínodo da Igreja Católica, que reúne centenas de religiosos no Vaticano para discutir sobre como a instituição deve se adereçar a assuntos como divórcio, homossexualidade e uso de preservativos. No sábado, o Vaticano afastou um monsenhor que trabalhava na Santa Sé depois que ele deu entrevistas revelando ser gay e ter um namorado.
Escândalos
Nos últimos 15 anos, a Igreja Católica romana tem sido abalada por escândalos sexuais envolvendo sacerdotes. A instituição foi duramente criticada por não excomungar religiosos que cometeram esse tipo de crime. Desde que se tornou líder da Igreja, o papa Francisco se encontrou duas vezes com vítimas de abuso sexual. A reunião mais recente ocorreu durante a visita do pontífice aos Estados Unidos. (AG)