Terça-feira, 19 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 10 de outubro de 2021
Os casos de depressão e ansiedade cresceram mais de 25% no mundo em 2020 devido à pandemia de covid-19, de acordo com um estudo publicado na revista científica The Lancet.
O estudo é o primeiro a avaliar o impacto da pandemia nos problemas depressivos clínicos e na ansiedade, divididos por idade, sexo e localização em 204 países e territórios em 2020. Os resultados mostram que, em 2020, a depressão aumentou 28%, enquanto a ansiedade cresceu 26%.
“Isso ressalta a necessidade urgente de fortalecer os sistemas de saúde”, disse o autor principal do estudo, Damien Santomauro, do Centro de Pesquisa em Saúde Mental de Queensland, na Austrália.
“Mesmo antes da pandemia, os sistemas de saúde mental da maioria dos países tinham poucos recursos e eram desorganizados. Responder a essa demanda extra será difícil, mas é impossível ignorá-la”, acrescentou.
Mulheres e jovens
As mulheres foram mais afetadas do que os homens, e os mais novos mais do que os idosos.
“A pandemia de covid-19 exacerbou as muitas desigualdades e determinantes sociais da doença mental. Infelizmente, por muitas razões, as mulheres foram mais afetadas pelas consequências sociais e econômicas desta pandemia”, afirmou a coautora do estudo Alize Ferrari.
“O fechamento de escolas e outras restrições importantes limitaram a capacidade dos jovens de aprender e interagir com seus colegas, o que combinado com o aumento do risco de desemprego teve um impacto na saúde mental dos mais novos”, acrescentou.
Os resultados do estudo indicam, portanto, que os países mais afetados pela pandemia em 2020 são aqueles que sofreram um maior aumento na prevalência de problemas mentais.
No entanto, os autores reconhecem que o estudo foi limitado pela falta de dados confiáveis de regiões significativas do mundo, particularmente aquelas onde se encontram países de baixa e média renda.
Covid em crianças
Um estudo preliminar realizado no Reino Unido aponta que a variante delta provocou um pouco mais de sintomas em crianças e adolescentes, sobretudo febre e dor de cabeça, mas não foi responsável por causar quadros mais graves de covid-19. Tanto a infecção pela variante delta quanto por alfa foi marcada por curta duração e carga parecida de sintomas.
A pesquisa foi conduzida pelo mesmo grupo do do King’s College London que, no começo deste ano, concluiu que a variante alfa não gerou casos mais graves de Covid do que os provocados pelo “vírus original”, aquele identificado pela primeira vez em Wuhan.
Os novos dados sobre o impacto da delta foram publicados no medRxiv, uma plataforma de pré-prints, prévias de estudos científicos que ainda aguardam publicação em revistas científicas.
Os pesquisadores fizeram a comparação entre dois grupos de crianças e adolescentes em idade escolar diagnosticadas com Covid-19: 694 infectados pela variante alfa entre o fim de dezembro de 2020 e o início de maio de 2021, e 706 infectados pela delta entre o final de maio e o início de julho.