Segunda-feira, 12 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de abril de 2017
Panfletos homofóbicos foram distribuídos na rua em que o jornalista João Pedro Schonarth está construindo uma casa para viver com o marido, o servidor público Bruno Banzato, em Curitiba (PR).
“Em breve, sua rua será mais ‘alegre'”, começa o texto impresso nos papéis. E prossegue: “todos os dias nos passeios matinais ou dos finais de tardes terá a visão para inspirar e influenciar toda a vizinhança: você, seus filhos, seus netos e amigos”.
O casal registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Vulneráveis, nesta quinta-feira (13), para apurar quem foi o autor das mensagens.
Os folhetos têm fotos de casais homossexuais aleatórios, com os dizeres: “se fazem isso em público, imaginem o que fazem quando estão a sós ou com amigos mais próximos ou com as pessoas próximas a você”, e indicam o endereço do casal classificado por quem escreveu como “o endereço da baixaria”.
O jornalista diz que ficou sabendo das ofensas por meio dos funcionários que trabalham na obra. “Eu tinha entrado na casa, para ver como estava o andamento da obra, e o Bruno me mandou um WhatsApp com a foto do planfleto. Eu sentei no chão e chorei, não tinha força nas pernas, me senti violentado”, relembra.
Ele conta que ele e o marido, com quem é casado há 7 anos, se mudariam no sábado (15) para o novo lar. Mas, além dos folhetos distribuídos, eles também sofreram o que chama de “sabotagem”, o que adiou a ida à nova casa.
“Colocaram uma mangueira na tubulação do ar condicionado e jogaram água. Inundou tudo. A gente ficou muito assustado, chamou a construtora, e eles disseram que não era um vazamento comum. Perdemos boa parte do piso, que é madeira. Claramente, era outra tentativa de intimidação”, conta Schonarth.
O casal diz que os ataques não vão fazer com que eles deixem de se mudar para o novo lar, onde querem morar com um filho, que está em processo de adoção.
Schonarth garante que ele e o marido não vão se intimidar com essa ou quaisquer outras agressões. “Eu fico feliz, porque, no fim, isso nos fortaleceu. É muito bom ver o quanto somos amados e o quanto existem pessoas prontas a nos apoiar. Disseram que nós vamos tornar o bairro mais “alegre”? Vamos mesmo, mas no sentido positivo. A gente pode ser feliz mesmo morando ao lado de vizinhos que pensam diferente de você”.