Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2019
A delegada Juliana Lopes Bussacos, da 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, de Santo Amaro (SP), afirmou não ter encontrado elementos para indiciar Neymar na investigação de estupro envolvendo a modelo Najila Trindade. As investigações foram encerradas na segunda-feira (29) e enviadas para o Ministério Público.
“Foram juntados aos atos os laudos, a ficha do atendimento médico do hospital, a ficha do atendimento do ginecologista particular, além do laudo do celular que a vítima entregou. Concluí ontem e decidi não indiciar por entender a ausência de elementos para tanto”, disse a delegada em entrevista coletiva na manhã desta terça (30), em São Paulo.
A delegada informou que não poderia oferecer detalhes da decisão, pois o inquérito corre sob segredo de justiça. As razões que levaram ao não indiciamento do atacante do Paris Saint-Germain, por exemplo, não foram reveladas pelos investigadores. A delegada também não informou as provas que seriam suficientes para um eventual indiciamento.
O Ministério Público terá 15 dias para avaliar o inquérito. As promotoras do Gevid (Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica) podem oferecer denúncia (acusação formal à Justiça), pedir o arquivamento do inquérito ou novas diligências. Isso significa que o órgão pode pedir indiciamento mesmo que a polícia não o tenha feito.
“Minha decisão não obsta o prosseguimento da ação”, disse a delegada. As conclusões do MP e da Polícia Civil vão embasar a decisão final da juíza da Vara da Região Sul 2 de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.
As investigações começaram em 31 de maio. Najila chegou à 6ª Delegacia de Defesa da Mulher, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, e foi ao Hospital Pérola Byington, onde realizou exame de corpo de delito. A modelo relatou que o atacante estava alterado, fez sexo contra a vontade dela, sem usar camisinha, em um encontro entre os dois em um hotel de Paris. O atacante negou o estupro, disse que usou preservativo e o jogou no vaso sanitário.
No dia seguinte, Neymar esteve no mesmo quarto e foi agredido por Najila. A modelo gravou o encontro e alegou que buscava uma prova de que se encontrara com o atleta. O vídeo tem cerca de 60 segundos. A modelo afirmou que gravou todo o encontro, mas o vídeo teria sido furtado juntamente com seu tablet. As imagens nunca foram mostradas aos investigadores.
Falsa comunicação
A Polícia Civil de São Paulo investiga se a modelo Najila Trindade Mendes de Souza cometeu falsa comunicação de crime ou denunciação caluniosa contra o jogador Neymar.
A delegada do caso concluiu o inquérito que investigava suposta agressão e estupro por parte do jogador sem indiciá-lo. Agora, o Ministério Público tem 15 dias para se manifestar.
O diretor do Departamento Polícia Judiciária, Albano de Paula Santos, disse nesta terça que “todo mundo que movimenta o estado, a polícia, por uma inverdade pode ser punido, e existe esta investigação, sim”.
Procurado pelo portal de notícias G1, o advogado Cosme Araújo, que defende Najila, disse que aguarda ter acesso ao relatório do inquérito para se pronunciar.
A investigação contra Neymar foi concluída pela delegada Juliana antes mesmo de chegarem ao Brasil as imagens do hotel onde Najila e Neymar se encontraram, em Paris, em 14 de maio.
Agora, a Polícia Civil possui ainda dois inquéritos investigando o caso.
Um deles foi aberto voluntariamente pelos delegados após Najila noticiar que sumiu de sua casa um tablet que conteria o inteiro teor de um vídeo que mostraria Neymar lhe agredindo. Este inquérito investiga também “todos os outros equipamentos que foram subtraídos no curso do inquérito”, disse a delegada responsável pelo caso, Monique Ferreira Lima, do 11º Distrito Policial da capital.
Este inquérito reunirá todos os elementos em relação à denúncia de estupro feita por Najila no inquérito que acaba de ser concluído.
Outro inquérito foi aberto por iniciativa de Neymar e do pai dele, que peticionaram à investigação afirmando que houve denunciação caluniosa e extorsão por parte de Najila. Nestes dois inquéritos em andamento será apurado se outros crimes foram cometidos ao longo do caso.