Terça-feira, 10 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2023
Em meio à pressão dos partidos do Centrão por mais espaço no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalia a criação de mais um ou dois ministérios para distribuir ao PP e ao Republicanos. Caso isso se concretize, a Esplanada poderá voltar a ter 39 pastas, o que igualaria o recorde estabelecido pela então presidente Dilma Rousseff em seu segundo mandato, iniciado em 2015.
A hipótese de expandir o número de ministros para saciar o apetite do Centrão seria uma solução para blindar os ocupantes de alguns cargos estratégicos para o governo, Nísia Trindade (Saúde), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), todos alvos de cobiça dos potenciais futuros aliados.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, anunciou que Lula já bateu o martelo sobre a nomeação de André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) como ministros — contudo, as pastas que os dois parlamentares ocuparão ainda são objeto de especulação.
O número atual de pastas já é muito superior ao do governo anterior, de Jair Bolsonaro, quando a Esplanada tinha 21 ministros.
Veja o máximo de ministérios de cada presidente desde a redemocratização:
*José Sarney (1985-1990): 24
*Fernando Collor (1990-1992): 15
*Itamar Franco (1992-1994): 21
*Fernando Henrique Cardoso (1995-2002): 27
*Lula (2003-2010): 32
*Dilma Rousseff (2011-2016): 39
*Michel Temer (2016-2018): 24
*Jair Bolsonaro (2019-2022): 21.
Encontro
O presidente Lula disse a um grupo de aliados que só anunciará mudanças na Esplanada dos Ministérios após um encontro “cara a cara” com as cúpulas nacionais do Republicanos e do PP.
Segundo informações da CNN Brasil, a intenção do petista é marcar um encontro com os dois partidos na segunda quinzena deste mês.
Lula tem repetido, de acordo com interlocutores, que ainda não definiu os cargos que serão assumidos pelos dois partidos e que a definição só ocorrerá após essa conversa. O petista também tem reconhecido que PT e PSB terão, provavelmente, de ceder.
Na última sexta-feira (4), na tentativa de acalmar os ânimos, Lula autorizou o o ministro Padilha, a anunciar que Costa Filho e Fufuca serão titulares de pastas.
O aceno teve como objetivo tentar garantir a votação, ainda nesta semana, do novo marco fiscal, que ainda precisa de uma segunda aprovação na Câmara dos Deputados.
Alckmin
No fim de semana, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, negou ter conversado com Lula sobre a reforma ministerial e de ter que deixar o comando da pasta.
Desde o início do governo, Alckmin acumula os dois cargos. E, mais uma vez, voltou a repetir que “cargo de ministro é de confiança do Presidente da República” e que sua “disposição é ajudar”.
“Eu não tive com o presidente nenhuma conversa a esse respeito (reforma ministerial)”, disse a jornalistas após cumprir agenda em Taubaté, cidade do interior paulista. “A última conversa que tivemos no começo da semana foi sobre a indústria da Defesa, com a presença do ministro da Defesa, José Mucio. Mas vamos conversar. Cargo de ministro é de confiança do Presidente da República. A minha disposição é ajudar, é servir, ajudar o Brasil e colaborar com o governo do presidente Lula”, disse.