Domingo, 09 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de dezembro de 2020
A Alta Autoridade de Saúde (HAS, na sigla em francês) da França, que emite recomendações em relação à pandemia de coronavírus e orienta a tomada de decisões pelo governo francês, afirmou que as pessoas que já tiveram uma forma sintomática de Covid-19 não precisarão “sistematicamente” ser vacinadas contra a doença no país. Elas poderão, entretanto, tomar o imunizante se desejarem, esclareceu o órgão.
A entidade avalia que “a constatação científica” indica que, “até o momento, os dados não permitem determinar se há benefícios em vacinar pessoas que já foram infectadas pelo Sars-CoV-2”, o vírus que provoca a doença. Os apontamentos foram publicados na sexta-feira (18), em um comunicado que detalha as recomendações que haviam sido feitas há três semanas para a futura campanha de vacinação na França.
A autoridade de saúde indica que os testes realizados até agora não constataram “efeitos colaterais graves” nos pacientes sintomáticos de Covid-19 que tomaram a vacina depois de curados. Desta forma, a entidade conclui que essas pessoas podem se vacinar, se assim desejarem, “em uma decisão tomada junto com o seu médico”.
Duração da imunidade é desconhecida
A HAS frisa que “a duração da imunidade a longo prazo pela Covid-19 ainda é, atualmente, desconhecida”, embora os casos confirmados de reinfecção sejam raros. “A HAS não recomenda a realização de um teste serológico [que determina a presença de anticorpos no corpo] para tomar a decisão de vacinação, porque a serologia não permite atestar uma imunidade diante do vírus”, destaca. O órgão ressalta que as suas recomendações podem ser modificadas de acordo com os progressos científicos.
O comunicado reforça que os idosos residentes em casas de repouso devem ser os primeiros a receber o imunizante. A nota acrescenta que, assim como as pessoas que apresentam fatores de risco para formas graves da doença, os portadores de trissomia 21 (Síndrome de Down) também devem ser prioritários na campanha, que deve se iniciar até o fim do ano. Por enquanto, as grávidas não estão incluídas no primeiro grupo, esclarece o comunicado.
A França elaborou um plano de vacinação da população em cinco etapas – a última deve ocorrer no fim do primeiro semestre, conforme antecipou o primeiro-ministro Jean Castex. As informações são da RFI.