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Brasil Para cada R$ 1 de lucro da indústria do tabaco, o Brasil gasta R$ 5 com doenças causadas pelo fumo, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer

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O estudo do Inca chega em um momento de atenção para a saúde pública: pela primeira vez desde 2007, o Brasil registrou um aumento importante na proporção de fumantes. (Foto: Reprodução)

Para cada R$ 1 de lucro da indústria do tabaco, o Brasil gasta R$ 5 com doenças causadas pelo fumo, de acordo com o estudo A Conta que a Indústria do Tabaco Não Conta, divulgado pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A pesquisa considera a associação entre tabagismo e infarto, acidente vascular cerebral (AVC), doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e câncer de pulmão, e aponta que cada R$ 156 mil de lucro da indústria do tabaco foi equivalente a uma morte em decorrência dessas doenças.

Ao todo, o impacto do tabagismo nas contas do País chega a R$ 153 bilhões por ano, sendo R$ 67,2 bilhões gastos com o tratamento das doenças relacionadas ao consumo e R$ 86,3 bilhões em custos indiretos, como perda de produtividade e afastamentos do trabalho.

As análises foram apresentadas em evento promovido pelo Ministério da Saúde na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília, para lançamento da campanha federal em alusão ao Dia Mundial Sem Tabaco. A data é celebrada oficialmente em 31 de maio e a campanha seguirá o lema “Sem Cigarro, Mais Vida”.

Para o epidemiologista e pesquisador André Szklo, um dos autores do estudo, mensurar o impacto da comercialização dos produtos da indústria do tabaco sobre os custos atuais para a sociedade brasileira é um passo importante para buscar sua responsabilização e ressarcimentos.

“Uma parcela do lucro obtida com essa venda pode ser usada pela indústria do tabaco em ações de estímulo à iniciação de jovens e crianças no tabagismo, a fim de repor os usuários atuais que vão adoecer ou falecer. Isso, por sua vez, também vai gerar custos futuros”, destacou em nota.

Crescimento

O estudo do Inca chega em um momento de atenção para a saúde pública: pela primeira vez desde 2007, o Brasil registrou um aumento importante na proporção de fumantes.

Dados preliminares da Pesquisa Vigitel 2024 apresentados no evento revelam que, entre 2023 e 2024, a prevalência de fumantes no País cresceu aproximadamente 25%, passando de 9,3% para 11,6%. Entre as mulheres, a taxa passou de 7,2% para 9,8% (uma alta de 36%) e, entre os homens, subiu de 11,7% para 13,8% (aumento de 18%).

“Pela primeira vez desde 2007, nós temos um ponto que está ascendente na curva. Isso nunca foi visto”, alertou a diretora de Análise de Doenças Não Transmissíveis do ministério, Letícia de Oliveira Cardoso. Segundo ela, a taxa mostra que novas intervenções são urgentes, especialmente entre os mais jovens.

Em 2023, 9,3% da população brasileira, cerca de 19,6 milhões de pessoas, declarava-se fumante, conforme dados da Pesquisa Vigitel. Naquele ano, 2,1% dos adultos afirmavam usar cigarros eletrônicos e a taxa era ainda maior quando considerados apenas os jovens de 18 a 24 anos — mesmo com esses produtos sendo proibidos no Brasil.

Por isso, os cigarros eletrônicos são o principal alvo da atual campanha do ministério, que reforça a necessidade de coibir a venda e a propaganda desses produtos. Segundo dados do instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), nos últimos seis anos, o uso de vapes teve um aumento de 600% no Brasil. Considerando apenas os adultos, são no mínimo três milhões de consumidores.

Vapes

Os cigarros eletrônicos apresentam vários malefícios à saúde. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), eles aumentam em quase duas vezes o risco de infarto, em comparação com não fumantes. Outras características específicas são:

Enquanto um maço de cigarro convencional rende até 250 tragadas, a pessoa que usa vape pode chegar a dar 1.800 puxadas em um dia. “Os supostos benefícios do cigarro eletrônico em relação aos cigarros convencionais se perdem, pois há uma exposição muito maior”, explicou ao Estadão a cardiologista Jaqueline Scholz.

Há uma exposição frequente ao aerossol, que tem muitas substâncias químicas além da própria nicotina, como metais pesados e compostos que podem gerar substâncias cancerígenas ao serem aquecidos e combinados.
No fim das contas, de acordo com análise do Instituto do Coração (InCor), os usuários podem consumir níveis de nicotina até seis vezes superiores aos observados em fumantes de cigarros convencionais.

SUS

Esses números se refletem diretamente na rotina dos serviços de saúde. A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES) divulgou que registrou cerca de 3 milhões de internações e procedimentos relacionados a doenças causadas pelo tabagismo desde 2023. Segundo a pasta, os tratamentos envolvem quadros como câncer de lábio, infarto, aneurismas e infertilidade.

A secretaria também destaca os prejuízos do tabagismo, especialmente dos vapes, para a saúde mental. “A nicotina presente nos aparelhos causa dependência e pode afetar o cérebro, além de desencadear ou agravar transtornos como ansiedade e depressão”, diz em nota. As informações são do portal Estadão.

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