Por Redação O Sul | 18 de julho de 2016
Preso há mais de um ano em Curitiba (PR), Marcelo Odebrecht foi convencido por procuradores da Operação Lava-Jato a desistir de um pedido de liberdade impetrado por seu advogado no dia 5 deste mês. Foram dadas duas alternativas ao empreiteiro: ou retirava o pedido de liberdade ou estavam encerradas as tratativas para o acordo de delação premiada que ele negocia com procuradores desde março, logo após ter sido condenado a 19 anos de prisão.
A desistência ocorreu na quarta-feira (13), sem que o Ministério Público tivesse avaliado o pedido feito pela defesa de Marcelo. O advogado do executivo, Nabor Bulhões, simplesmente encaminhou ao juiz Sérgio Moro um documento afirmando que deixava de pedir a liberdade de Marcelo “por motivo que se encontra em sigilo judicial”.
O que se encontra sob sigilo são as negociações do acordo de delação, mas havia outro motivo para a desistência: os procuradores da Operação Lava-Jato em Curitiba ficaram contrariados com o pedido feito pela defesa de Marcelo. Consideraram que a solicitação de liberdade ia contra o clima colaborativo das negociações que estão em curso.
O acordo de delação da construtora Odebrecht é considerado o mais explosivo da Lava-Jato pelo número de políticos que serão citados e pelos postos que eles ocupam ou ocuparam. Há relatos de que tanto expoentes da situação como da oposição serão citados, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro José Serra (Relações Exteriores). (Folhapress)
