Sábado, 27 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2018
Durante reunião com os seus advogados nessa segunda-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou que o atentado sofrido pelo deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro na última quinta-feira não é determinante para o resultado das eleições deste ano.
O líder petista teria recebido na cela da PF (Polícia Federal) onde está preso em Curitiba (PR) uma série de relatórios. Esse material iclui, segundo fontes ligadas ao PT, análises do impacto eleitoral após o ataque a faca sofrido pelo candidato do PSL durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG).
De acordo com o jornal “Folha de S.Paulo”, Lula teria concordado com a avaliação de que Bolsonaro cresceu na preferência do eleitorado, mas que esse movimento já esfriou e que a exposição (por conta do incidente) tende a diminuir nos próximos dias.
Trump
A porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que um membro do governo do presidente norte-americano Donald Trump teria entrado em contato com a família de Bolsonaro após o atentado.
Durante coletiva de imprensa na Casa Branca, um jornalista afirmou que “o mundo todo” acompanhou as notícias sobre a agressão a faca e perguntou se o presidente ou algum funcionário do governo teria se comunicado com o presidenciável brasileiro.
“Eu não tenho informações de que o presidente tenha [entrado em contato], mas eu acredito sim que membros do governo entraram em contato. E eu trabalharei para conseguir os detalhes sobre quem foi”, afirmou a porta-voz.
A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) deve retomar nesta terça-feira o julgamento da denúncia de racismo apresentada pela PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Bolsonaro.
A sessão começou no dia 28 de agosto mas foi interrompida por um pedido de vista do ministro Alexandre de Moraes. O placar ficou em 2 a 2. Nessa segunda-feira, ele reincluiu o processo na pauta de julgamentos da Primeira Turma, da qual é presidente.
A denúncia, oferecida no dia 13 de abril, tem como base uma palestra de Bolsonaro no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em 2017. A titular da PGR, Raquel Dodge, acusou o deputado de discriminação contra negros, quilombolas, índios, refugiados, mulheres e gays.
Votaram pelo recebimento de parte da denúncia os ministros Luís Roberto Barroso e Rosa Weber. Eles consideraram que Bolsonaro deveria se tornar réu e responder a ação penal pelos crimes de discriminação e incitação ao crime, devido a falas em relação aos quilombolas e aos gays.
O relator, ministro Marco Aurélio Mello, e o colega Luiz Fux consideraram que as falas de Bolsonaro se inserem no contexto da liberdade de expressão e rejeitaram a denúncia.
Caso seja aceita a denúncia da PGR, Bolsonaro pode se tornar réu pela terceira vez no STF. Ele já responde a outras duas ações penais, nas quais é acusado de injúria e de incitação ao estupro, devido a declarações feitas em relação à deputada Maria do Rosário (PT-RS).